sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Lua Nova em Vinhas Velhas


Viva,

Acabei de degustar um vinho tinto do Douro produzido pelo enólogos Anselmo Mendes e João Silva e Sousa chamado "Lua Nova em Vinhas Velhas" (interessante nome).
Este vinho resulta de um iniciativa visando produzir um vinho a partir de vinhas muito velhas não divididas em lotes e com de uma mistura de 23 castas.

Como nota de prova realço:
  • uma cor muito bonita, um vermelho muito escuro revelando bastante concentração.
  • um nariz muito apelativo, aberto desde o início, dominado acentuadamente pela fruta (frutos vermelhos e pretos).
  • na boca aparece ainda melhor, muito volume, muita estrutura mas também muitíssimo equilibrado e fresco, no que resulta um conjunto bastante fino e dominado pela fruta fresca e madura.
No seu conjunto é um tinto muito saboroso, de agrado geral e ao mesmo tempo sofisticado, complexo e elegante. Parece ser bastante gastronómico e garantidamente desalinhado de tendência de alguns produtores Durienses para produzir vinhos do tipo "enfarta brutos".

Boa notícia: custa menos de 5€ :-)


Boas provas,

MRC

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Melhores 2009

Cá vai uma lista de vinhos que mais me agradaram em 2009.

Tintos:


Brancos:


Portos:


Nas ultimas décadas os anos acabados em 7 são uma aposta segura nos portos.

Frederico Santos

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Melhores de 2009

Viva,

Segue-se a minha lista de 10 brancos e 11 (?) tintos, os melhores que provei em 2009. Ao contrário do Carlos optei por não incluir Portos na lista por uma simples razão: como não sou grande adepto de colheitas a minha lista seria composta por dez vintages de 2007 ou 2005 e portanto monótona.

Brancos (1 Douro, 2 Alentejo, 3 Minho (alvarinhos), 3 Bairrada, 1 Estremadura):
  • Redoma Reserva 2007
  • Gloria Reynolds 2007
  • Esporão Private Selection 2007
  • Soalheiro Primeiras Vinhas 2008
  • Muros de Melgaço 2007
  • Muros Antigos 2008
  • Nossa 2007
  • Vinha Formal 2007
  • Diga? 2008
  • Madrigal 2007
Tintos (6 Douro, 3 Bairrada, 1 Alentejo, 1 Dão):
  • Quinta das Tecedeiras Reserva 2007
  • Niepoort Robustus 2005
  • Niepoort Batuta 2007
  • Niepoort Charme 2006
  • Aneto Grande Reserva 2006
  • Poeira 2006
  • Kompassus Private Selection 2005
  • Quinta das Bageiras Garrafeira 2005
  • Calda Bordaleza 2006
  • Gloria Reynolds 2004
  • Carrocel 2006
Comentário breve:
Nunca gostei tanto da Bairrada como agora, principalmente com o surgimento de novos produtores completamente "fora da caixa". Nos tintos o Douro é definitivamente a minha região, nos brancos estou completamente na onda dos Alvarinhos.

Boas provas e cuidado com os exageros no Natal :-)

MRC

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Melhores do Ano

Como o final do ano se aproxima, chegou a hora de fazer um balanço do que foi para mim o melhor que bebi no ano de 2009.
Apesar de estarmos ainda no início de Dezembro, não conto estar a beber/provar mais vinhos que ultrapassem estes aqui colocados, até porque os vinhos que penso seleccionar para as festas que se aproximam já estão seleccionados, e irão sair desta lista.
A lista abaixo contém 10 tintos, 10 brancos e 10 vinhos do porto. A ordem dos vinhos é aleatória, não tendo significado.

Vinhos Tinto:
Robustus 2004
Xisto 2005
Quinta do Monte D’oiro 2001
Pape 2002
Abandonado 2005
Quinta dos Carvalhais Único 2005
Quinta do Crasto Maria Teresa 2006
Quinta do Mouro 2003
Gloria Reynolds 2004
Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2004

Vinhos Brancos
Redoma Reserva 2007
Soalheiro Primeiras Vinhas 2007
Nossa 2007
Dona Berta Rabigato Vinhas Velhas 2007
Quinta dos Carvalhais Encruzado 2007
Guru 2007
Villa Maria Reserve Sauvignon Blanc 2007
Vila Real Grande Reserva 2007
Cloudy Bay Sauvignon Blanc 2007
Esporão Private Selection 2007

Vinho do Porto
Burmester colheita 1955
Kopke Colheita 1957
Poças 40 anos
Niepoort Colheita 1987
Taylor’s Vintage 1992
Taylor’s Vintage 1994
Quinta do Vesúvio Vintage 1994
Niepoort Vintage 1982
Silval Vintage 2003
Niepoort Vintage 2007

Carlos Amaro

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quinta das Tecedeiras Tinto, Reserva 2005


De alguns anos para cá tenho tido uma relação interessante com este produtor. Nunca comprei nada do dito cujo, mas já degustei muito alguns dos seus Porto Vintage nas viagens em executiva da TAP para São Paulo :-)
Salvo erro, comecei pelo Vintage de 2003, passei pelo 2005 e na penúltima viagem degustei o 2007. Sempre em crescendo diga-se e em muito bom estilo no último, fantástico para beber novo (apanágio do produtor) mas com um potencial de envelhecimento bastante maior do que os anteriores.

Mas não são os Portos que me trazem aqui, ante o Doc Douro Reserva 2005. Na minha opinião um tinto de prazer imenso e curiosamente (espero não estar a ser traído pela sugestão) no mesmo estilo aromático do vintage 2007, com uma exuberante combinação deliciosa de frutos pretos com algum fumo, fantástico mesmo.
Na boca é cheio de corpo, redondo quanto baste e tem um final longo dominado por notas de cacau e especiarias.
Em resumo, achei muitíssimo apelativo, um tinto mesmo, mesmo ao meu estilo, não é um Douro clássico e também não é um Douro novo mundo.

Recomendo, pena o preço algo inflacionado (20 e muitos €), mas comparando com alguns produtores que eu cá sei é de borla :-)

MRC

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Soalheiro Primeiras Vinhas 2008


Mais uma etapa no meu projecto de fundo de degustação de Alvarinhos, os melhores brancos portugueses e garantidamente dos melhores do mundo, assim sem medos :-)

Quando pensava que tinha começado pelo topo, com o Muros de Melgaço do Anselmo Mendes, eis que surge um Alvarinho que o supera, aumentando consideravelmente a fasquia.
Começa a ser um lugar comum, mas esta prova foi um daqueles momentos em que convocamos os Deuses e os convidamos a sentar à mesa, mesmo aqueles em que não cremos. E os Deuses rendem-se e voltam à condição humana só para estarem mais perto destes prazeres terrenos.

Antes da nota de prova apenas a uma breve referência. Este Alvarinho é feito com vinhas muito velhas, dai o nome "Primeiras Vinhas".

Nota de prova:
- Cristalino na limpidez
- Aroma finíssimo, citrino, com alguma fruta tropical. O melhor nariz de 2009 by far :-) e acho que nunca bebi um vinho com uma "separação" de aromas tão vincada.
- Extraordinariamente elegante na boca, impressiona pela frescura, complexidade e talvez seja o vinho mais mineral que já alguma vez bebi.
- Longo, sendo tão saboroso é uma graça divina.

Perfeito. Estou rendido. Não dou pontuação para não me chamarem maluco.

Beijos e abraços,

MRC

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Grande prova de Porto Vintage 2007


Foi no Palácio da Bolsa, no Porto, que foi realizada a declaração oficial de vintage 2007, pela Confraria do Vinho do Porto.
Depois da cerimónia, foi aberta ao público uma grande prova no Pátio das Nações, onde estiveram mais de 30 produtores com os seus vintages 2007.
A entrada para o público custava cinco euros, com direito a um copo oficial de vinho do Porto, e um livro de notas com duas páginas para cada produtor e com o nome dos respectivos vinhos apresentados.
Não consegui provar todos, mas foi uma oportunidade de apreciar diferentes estilos de vintage, pois havia vinho para todos os gostos.
Seguem algumas apreciações, numa escala de 0 a 20.

Adriano Ramos Pinto:
  • 17,0 - Porto Vintage, com um belo nariz, muita estrutura a indicar que será um vinho para aguentar muitas décadas na cave.
  • 16,5 - Qta . de Ervamoira Porto Vintage - nariz mais suave, e boca mais redonda.

Para a Quinta do Noval, foram declarados três vintages 2007, todos excelentes. Em 2007 não foi declarado vintage para a vinha Nacional.
  • 17,5 - Quinta da Romaneira, é talvez o que está mais apetecível como novo, mais suave.
  • 18,0 - Noval Silval, tem um nariz muito intenso e complexo, este cheirava-me a castanhas, entre outras coisas. Na boca é muito redondo, mas com estrutura.
  • 18,5 - O Noval é mais austero, mais fechado, mais denso.
Quinta Nova de Nossa Sra. do Carmo, gostei muito do nariz, na boca tambem está muito bom, mas ainda pode afinar mais um pouco: 16,5.

Quevedo Porto Vintage, um nariz muito intenso, com aromas herbáceos, na boca é muito redondo. Foi a melhor surpresa da prova, e a um preço um pouco mais acessivel que a maioria: 17,0.

Quinta de Vale Meão Porto Vintage, talvez ao estilo da Noval, mas não ao mesmo nivel: 16,0.

Niepoort Porto Vintage, muito equilibrio, nariz complexo com notas de chocolate, de fruta madura, especiarias. Na boca é potente de forma bem controlada: 17,5.

Taylor's, nariz frutado sem excesso, potente na boca com bons taninos muito bem equilibrados: 17,5.

Quinta do Portal, é bom, mas há melhor: 16,5.

Sogevinus:
  • 17,0 - Kopke, num estilo mais austero, sem ser exuberante mas com tudo no sitio.
  • 16,0 - Burmester, é bom mas não me entusiasmou por aí além.
  • 15,5 - Barros.
  • 15,0 - Cálem.

Ferreira Porto Vintage, bom nariz, achei-o demasiado alcoólico na boca para o meu gosto: 16,0.

Dow's Porto Vintage, austero, com um belo nariz, e uma boca muito correcta, é um vinho ao meu gosto: 17,0.

Vesúvio Porto Vintage, muito frutado, mas sem exageros, na boca é um néctar: 18,0.
Já não havia o Capela do Vesúvio quando lá cheguei.

Vista Alegre Porto Vintage, também me agradou bastante: 16,5.

Quinta do Tedo, está muito bom, e promete ser um vinho para guardar por várias décadas, pois para além de um nariz complexo ainda algo fechado, tem boa estrutura: 17,0.
Savedra: 16,5.

Os vintages de 2007 estão tão bons que acabei por beber um pouco mais do que devia, e no dia seguinte acordei um bocado enjoado de tanto porto. Mas nada que não se curasse com um bom almoço.
Fica um agradecimento especial para o meu amigo Rui, que insistiu em vir a conduzir para Aveiro no fim da noite, apesar de ainda estar a recuperar de um braço partido. É bom ter amigos assim.

Frederico Santos

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Diga?


Viva,

Ontem tive a honra de degustar um branco de um dos produtores mais originais e que melhor vinifica em Portugal e na Bairrada particularmente: Carlos Campolargo.

O branco em questão é o Diga? 2008, feito exclusivamente de Viognier, uma casta que aprecio particularmente. Face à colheita de 2007 nota-se uma salto qualitativo, fundamentalmente pelo grande equilíbrio entre fruta e madeira e pela maior acidez.

Como nota de prova:
- o aroma é fantástico, dominado por notas citrinas complementadas com algum fruto tropical, sem exageros. Este vinho prende-nos logo pelo nariz...
- na boca é bem mineral, com bastante corpo, acidez no ponto e um final bem longo onde a fruta e alguma baunilha permanecem.

Acima de tudo, um branco que me deu um grande prazer a beber, um indutor fantástico de felicidade...

A partir de hoje vou começar a classificar as minhas notas de prova (já tenho a minha folha de cálculo pronta :-) ): 17,5/20

Mário Rui da Costa

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Faleceu António Carvalho...

... e a perda é grande para o panorama vitivinícola Português.

António Carvalho, no seu projecto vitivinícola Casal Figueira produziu vinhos muito bons e muito originais, por vezes completamente "fora da caixa". Realço acima de todos as suas colheitas tardias, companheiras assíduas de finais de tarde de verão, e o seu branco Tradition.

Não conheci a pessoa, mas enólogos como António Carvalho fazem muita falta à evolução do sector em Portugal, pela inovação, criatividade e visão integrada da produção vitivinícola.

Pessoalmente, sentirei muita falta dos seu vinhos únicos, e degustarei com outra emoção o stock que ainda tenho.

A minha Homenagem.

sábado, 12 de setembro de 2009

Novidades Niepoort 2009

Foi com grande alegria que me desloquei à Quinta de Nápoles, no coração do Douro, para uma apresentação das novidades da Niepoort. É sempre uma emoção ver aquela paisagem esculpida, que é das poucas coisas que me faz ter orgulho de ser português.
Começámos por provar umas amostras de casco de Robustus 2007 e 2008, e também de um Cabernet que ainda não tem nome mas está muito bom. Provámos ainda um porto que está a ser feito na quinta em pipas velhas trazidas de Gaia, e que promete muito.
A prova "oficial" já na parte de cima da adega, era constituida essencialmente por brancos de 2008 e tintos de 2007. Estas colheitas têm a particularidade de serem as primeiras a serem vinificadas inteiramente na adega nova, um projecto que demorou 9 anos a concretizar, e que para a equipa Niepoort foi uma grande conquista por não estarem dependentes de espaços de terceiros.

Os brancos apresentados foram:
- Tiara 2008
- Redoma 2008
- Redoma Reserva 2008
- Riesling Dócil 2008
- Navazos 2008

Os tintos:
- Diálogo 2007
- Vertente 2007
- Redoma 2007
- Batuta 2007
- Robustus 2005
- Charme 2007
- OmLet 2005
- 7º Doda (2007)
- cabernet sem rótulo.
e ainda uns franceses Hermitage, os quais já não cheguei a provar pois ainda tinha uma viagem de 150 km para fazer, e passei directo para o porto vintage 2007.

Estes brancos de 2008 estão muito bons, talvez até melhores que os de 2007 que foi um ano excelente para vinhos brancos. Destaco o Tiara pela sua frescura, o Redoma normal que me soube melhor que o reserva que é mais untuoso, o Riesling dócil continua delicioso (e guloso), o Navazos é um vinho muito fora do normal, é muito bom mas estranhei aqueles aromas quimicos e a falta de acidez na boca, não é para todos os gostos.

Quanto aos tintos, 2007 foi realmente um ano de excepção.
Surpreendeu o Vertente que está com uma relação q/p formidável, e destacaria talvez o Charme no meio de todos estes vinhos veneráveis, que está com uma elegância e uma complexidade tremendas. Eu que até normalmente prefiro o Batuta fiquei rendido a este Charme 2007 que já está um mimo de vinho.
Mas com certeza que alguns destes vinhos terão mais qualquer coisa a dizer daqui a uns anos.
De destacar tambem o vinho elaborado em parceria com Telmo Rodriguez, cujo nome temporário é Omlet (Telmo invertido), um vinho que foi desengaçado à mão, e que está tambem com uma elegância fora de série.
O 7º Doda também está excelente.
Os vinhos eram todos muito bons e começam a faltar adjectivos para lhes fazer justiça.

Passemos ao vintage 2007, que está um vinho cheio de garra, com grande potencial de envelhecimento, e onde o equilibrio é notório. Nariz muito complexo com aromas de especiarias, frutos silvestres, ervas, chocolate, na boca sentem-se alguns taninos, mas tudo muito bem equilibrado no seu conjunto, com um final muito persistente e feliz.

Tive ainda o privilégio de provar um garrafeira de 1977, um estilo de porto exclusivo da Niepoort, que não tenho palavras para descrever, a não ser felicidade em estado liquido.

Provar estes vinhos, naquele local, com estas pessoas que fazem parte da familia Niepoort, e sentir o seu merecido orgulho em apresentar estes vinhos de excelsa qualidade, que são fruto de muita dedicação, foi uma experiência emocionante.

Frederico Santos

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Soalheiro 2008

Continuo a saga da incursão pelo mundo dos alvarinhos com a degustação da colheita 2008 do Soalheiro. Vou ser breve (tlm), dizendo que o aroma combina notas florais (flor de laranjeira?) e alguma fruta, fazendo lembrar de imediato um sauvignon blanc do novo mundo. A boca complementa o prazer, muito fresco, mineral e longo. Não atinge a soberba excelência dos muros do Anselmo, mas é muito bom e bem mais em conta. MRC.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Contacto 2008


Provei esta semana mais um novo vinho, desta feita um novo Alvarinho feito pelo Anselmo Mendes, o Contacto 2008.
Diz o rótulo que o nome Contacto, deriva do contacto da película da uva com o mosto, seguindo processos antigos, adaptados às novas tecnologias.
Pois bem, o que se conseguiu foi um belíssimo Alvarinho, um vinho com um aroma muito intenso, com toques citrinos e florais, muito elegante e mineral.
Sente-se na boca a frescura e a acidez do alvarinho, com um frutado muito agradável e um final fresco e longo com nuances cítrica e minerais. Este factor mineral final é aliás um dos pontos que mais impressiona no vinho
Um dos bons alvarinhos de 2008 que provei, a confirmar o excelente ano que foi este 2008 na região dos vinhos verdes.
Esteve muito bem a acompanhar um cação de cebolada.
O preço do vinho ronda os 9€ nas garrafeiras.
Pontuação: 17

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Prova de Pinot-Noir


Foi em casa do amigo Enes que realizámos mais uma grande prova que contou com 13 provadores.
Antes da prova bebemos um vinho de Borba sem rótulo, oferecido pelo confrade Anselmo, que já devia ter uns anos valentes pela côr que apresentava. Estava mesmo muito bom.
Foram submetidos à prova oficial 5 vinhos da casta Pinot-Noir, cuja média de pontuações foi a seguinte:

  • 17,1 - Louis Latour Beaune 1er Cru "Vignes Franches" 2005 (França)
  • 15,5 - Cono Sur 20 barrels 2006 (Chile)
  • 14,3 - Villa Maria Taylor's Pass 2005 (Nova Zelândia)
  • 14,0 - Niepoort Pinot Noir 2006 (Portugal)
  • 11,7 - Campolargo Pinot Noir 2007 (Portugal)

Destacou-se o Bourgogne sem duvidas, um vinho muito complexo, riquissimo de aromas, na boca com uma elegância extraordinária, e um final muito longo e agradável. Excelente.
Estas pontuações refletem o gosto geral de um painel bastante diversificado de provadores, todos apreciadores de vinho, mas a quem os pinots não entusiasmaram especialmente.
Na minha opinião pessoal as pontuações são bastante penalizadoras, e acrescentar-lhes-ia uns 2 valores em cada uma, mas é uma classificação final justa independentemente dos valores minimos e máximos.

A prova foi acompanhada de vários enchidos e queijos, no final jantámos arroz de pato, e uma bela sobremesa gelada com chocolate quente.
Ainda bebemos um Pinot húngaro da Abadia de Pannonhalma de 2007, que estava muito bom.
Terminámos com um Borba garrafeira oferecido pelo anfitrião, que soube que nem ginjas.

Frederico Santos

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Quinta dos Carvalhais - Encruzado 2007


Mais um branco, desta vez de uma casta típica do Dão.
Este vinho é um clássico do grupo Sogrape.

Tem uma côr pálida e suave.
No nariz complexo sobressaem aromas florais e herbáceos, com algum tostado.
Na boca sente-se alguma acidez, mas muito bem equilibrada.
Apesar de ser um vinho encorpado, que pede uns pratos de peixe mais fortes, tem um conjunto muito elegante, tudo em perfeita harmonia.

Soube-me muito bem a acompanhar um bacalhau assado com broa.

pontuação: 17
preço: ~15 €

Frederico Santos

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Incursão no mundo do Alvarinho - Muros de Melgaço


Viva,

Embora ande no "mundo da degustação de vinhos" à mais de 10 anos (estou velho :-( ), tenho passado muito ao lado da região demarcada dos vinhos verdes. Muito recentemente, por algum acaso cósmico, resolvi inverter esta tendência e comecei um projecto muito pessoal que consiste numa incursão pelo mundo dos alvarinhos, tendo como objectivo varrer um numero significativo de alvarinhos até ao final de este ano. À medida que for degustando vou publicando no blog, fica a promessa.
Comecei pelos alvarinhos influenciado pela opinião de muita gente que os considera os melhores brancos de Portugal e um dos nossos produtos agrícolas com maior identidade nacional. No entanto depois dos alvarinhos, prentendo atacar os outros...

Para a primeira etapa deste projecto escolhi o Muros de Melgaço 2007 do Anselmo Mendes.

A primeira impressão foi extremamente positiva dada a imensa qualidade e prazer que este vinho me deu. Foi amor à primeira vista. Eventualmente esta impressão tão positiva ocorreu porque não trazia nenhuma ideia pré-formada ou referência anterior, mas não tenho dúvidas de que é um grande, grande vinho e um dos melhore brancos que já bebi, Português ou não.

Como nota de crítica interessa referir que no aroma é um belo perfume, combinando notas citrinas com florais, deixando transparecer alguma madeira e notando-se desde logo uma grande frescura. Na boca apresenta uma grande complexidade, muito corpo, gordo, muitíssimo fresco e com um final muito interessante e longo onde surge algum fumado.

Fiquei adepto, vai passar a morar na minha garrafeira, e recomendo vivamente. Foi um começo em grande neste "projecto" :-)
Fica o desafio: após a prova de Pinot (que parece estar enguiçada...) vamos fazer uma de alvarinhos (Portugal vs Espanha)?

Mário Rui

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Cloudy Bay Sauvignon Blanc 2007

Os Sauvignon Blanc da Nova Zelândia têm vindo a afirmar-se de ano para ano, e agora há um número grande de marcas de qualidade, mas para mim o Cloudy Bay é a referência de todos eles, desde que o provei pela primeira vez há alguns anos atrás.
Esta colheita de 2007 vem confirmar isso mesmo. Provado no início deste mês, este vinho é talvez o melhor branco que já provei do Novo Mundo.
Um nariz fabuloso, muito fragrante e mineral, com uma mistura de notas de frutos a explodir, com pêssego, maracujá, manga e citrinos a saltar do copo. A adicionar a isto tem ainda notas de relva cortada, pimenta e algum fundo de pastelaria fina.Na boca consegue ser ainda mais fresco. O que mais sobressai são notas herbáceas, relva cortada de fresco, bastantes frutos, com citrinos (toranja), maracujá e bagas a sobressair.
Com uma acidez cortante mas equibrada com a doçura da fruta, o que dá um toque mais seco do que a maioria dos irmãos neo-zelandeses.
Estava óptimo agora, mas tinha de certeza uns anos pela frente, tal o corpo e acidez apresentados.
No fundo, um grande vinho. Só tenho pena de ter sido a última garrafa lá de casa.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Nossa 2007

Ontem provei um novo branco das Beiras que foi das melhores surpresas que tive ultimamente.
Um vinho de grande categoria, que me pareceu verdadeiramente extraordinário se tivermos em conta que é a sua primeira colheita.
O vinho é o Nossa 2007, do produtor "Vinhos Doidos", nem mais nem menos do que a parceria de Filipa Pato com o seu marido William Wouters.É um vinho muitíssimo bem feito e elegante, com uma grande volume e corpo, uma mineralidade incrível, como poucos brancos portugueses.
Tem um final imenso, com acidez no ponto certo. Parece-me que será um branco capaz de se aguentar uns anos em grande forma, mas ao qual é difícil resistir desde já.
Talvez o branco que mais me surpreendeu este ano. Na minha opinião entrou no grupo dos grandes brancos portugueses.

Características
Castas: Encruzado e Bical
Região: Beiras
Enologia: Filipa Pato
Vol: 13%.
Preço: 19€

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cono Sur Chardonnay Reserve 2005


Depois de repetidas provas deste vinho que o têm tornado um dos meus brancos favoritos para o dia a dia, venho publicar aqui uma nota de prova.

Castas: Chardonnay
Origem: Casablanca Valley, Chile
Enologia: Adolfo Hurtado
Vol: 13,5%.
Preço: 9€

Côr amarelo citrino.Aroma bastante intenso, com notas de baunilha e ligeira tosta. Bastante fruta para um branco de já 4 anos, com limão, lima, e algum fruto tropical. Algumas notas de mel.
Boca com bom corpo e excelente acidez. A tosta continua a mostrar-se bem como a fruta citrina e tropical já presentes no nariz.Final longo e com um toque de mel, junto com a acidez. Tudo muito bem feito e no lugar.
Para mim um muito bom branco chileno, frutado, com a madeira muito bem integrada e nada pesada. Gostei muito deste vinho, com um belo preço.
Podia servir de modelo a muitos chardonnays portugueses pesadões e com excesso de madeira que por aí andam. Ainda mais surpreendente por ser já de 2005.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Villa Maria Reserve


Na loja Wine o'Clock de Aveiro, foram apresentados dois topos de gama do produtor neo-zelandês Villa Maria, pelo director da Revista de Vinhos, Luis Lopes:

- Sauvignon Blanc Reserve 2007
- Pinot Noir Reserve 2005

O branco, cheirava inequivocamente a lichias. Na boca era seco, muito fresco, o que não é normal para os sauvignons neo-zelandeses que no geral são mais docinhos. Um branco que se pode guardar devido à boa acidez, e com enorme potencia aromática.
Foi ainda comentado que acompanha especialmente bem marisco cozinhado (sem ser simplesmente cozido).

O tinto, com a côr ligeiramente esbatida do pinot-noir, cheirava muito bem a fruta fresca, morangos, groselhas, especiarias, muito complexo.
Na boca era demasiado suave para o meu gosto, magro, mas tinha um final longo que deixava um picantezinho na boca. Bebe-se muito bem.
Não é o meu estilo de vinho, mas foi comentado que é o estilo preferido dos grandes apreciadores de vinho. Pelo menos, o jornalista Luis Lopes, o dono da loja, e o produtor Carlos Campolargo pareciam os 3 deliciados.
Um vinho que acompanha bem carnes pouco gordas (aves, caça, ...).

Estes dois vinhos têm a particularidade de serem de vinhas únicas (e velhas) da região de Marlborough, o que para um produtor com a dimensão da Villa Maria, com vinhas por toda a Nova Zelândia, que tradicionalmente faz vinhos de vários lotes, é uma grande distinção.

Dois grandes vinhos do Novo Mundo, de estilo reserva como o nome indica, com um perfil mais europeu, mais elegante e austero, mas com outra fruta a sustentar o conjunto.
Estas garrafas custam vinte e poucos euros cada uma, não são baratas, mas é um preço acessivel para acompanhar uma refeição mais especial.
Em Portugal não se fazem Sauvignons nem Pinots com esta qualidade.

Frederico Santos

terça-feira, 24 de março de 2009

Grande Compra - Borges Reserva Tinto 2005


Viva,

Ontem tive a oportunidade de provar um tinto do Douro de grande categoria a um preço verdadeiramente formidável (13,99€ no Jumbo). Trata-se do Borges Reserva 2005. É um dos Douros mais afinados que bebi nos últimos anos, pleno de elegância (não é só a Nieeport que faz vinhos elegantes :-) ), mas ao mesmo tempo com um corpo imenso e um final longo onde a complexidade do vinho se manifesta em novas formas. Tudo isto a um preço longe da bitola + de 50€ que se tem instalado em vinhos de topo no Douro (uma vergonha digo eu...)

Para complemento de descrição, diga-se que no aroma destacam-se os frutos pretos e algum chocolate em plena harmonia. A cor é carregada e muito bonita.

Nota: eu não resisti e comprei umas quantas...

Abraços,

Mário Rui da Costa

sexta-feira, 13 de março de 2009

Apresentação de vinhos Quinta da Falorca


Foi na Loja do Chá em Aveiro, que o produtor Pedro Figueiredo da Quinta da Falorca veio apresentar a sua gama de vinhos.
Trata-se de um produtor da região de Silgueiros, região esta que tem conseguido manter uma reputação de qualidade ao longo de várias décadas, a qual não é alheia à influencia desta familia, que já esteve à frente da Adega Cooperativa de Silgueiros e da UDACA.
A casta predominante é a Touriga Nacional, que ocupa 60% das vinhas do produtor, sendo o restante plantado com outras castas tipicas do Dão.

Os vinhos apresentados foram:
- "E" (de e-mail), o vinho de combate da casa, com um preço a rondar os 5 euros.
- "C" de Colheita Seleccionada 2005, um vinho mais trabalhado.
- T-Nac 2005, o grande sucesso de vendas da casa, feito apenas com Touriga Nacional, e sem estágio significativo em madeira.
- "R" de Reserva 2003
- Touriga Nacional 2003, no estilo reserva, com estágio muito prolongado em madeira (18 meses)
- "G" de Garrafeira 2003

Gostei muito do "E", para vinho do dia a dia está muito bom, sente-se bem a touriga mas está muito equilibrado. Deixou-me uma boa recordação.
O Colheita Seleccionada, já com estágio em madeira, está mais elegante, muito suave, para o meu gosto falta-lhe alguma personalidade, mas é um bom vinho por cerca de 10 euros.
T-Nac é um vinho com muita fruta, muito concentrado, mas bem equilibrado. Para quem gosta de tintos frutados, este é muito bom e vale bem os 12 euros que custa.
o Reserva 2003 é um vinho muito afinado, com aromas intensos e complexos, muito suave na boca, mais encorpado que o Colheita Seleccionada, e com um final muito agradável e longo.
No Touriga Nacional, com estágio em madeira, sobressai a fruta da touriga, mas é mais complexo e elegante que o T-Nac. Mais frutado que o Reserva.
O Garrafeira 2003 é um grande vinho, côr opaca, aromas muito complexos e intensos, muito concentrado na boca e ao mesmo tempo muito redondo. Fez-me lembrar o estilo do Pape do Álvaro de Castro. Um vinho que pode ser guardado por mais de uma década, mas que já está pronto a beber.

Todos os vinhos demonstravam uma grande afinação, todos têm boa acidez que os torna vinhos de grande longevidade, feitos com o saber de décadas de experiência acumulada, só saem para o mercado ao fim de alguns anos, e apenas quando o produtor acha que devem sair, pois foi comentado que prefere não colocar um vinho menos bom no mercado e assumir perdas imediatas nesse ano, do que comprometer o futuro da casa.

Os preços variavam entre os 5 euros e os 35, sendo os 3 ultimos vinhos bem demarcados em termos de qualidade, com preços a partir dos 18 euros.
Todos eles são boas relações qualidade preço.

Fiquei com vontade de provar o Rosé, que é feito com Touriga Nacional, e a avaliar pela qualidade dos vinhos apresentados, deve ser muito bom.

Segue um link para um blog que contem notas de prova de um evento equivalente em Lisboa:
http://osvinhos.blogspot.com/2007/10/prova-de-vinhos-quinta-da-falorca-na.html


Frederico Santos

sábado, 7 de março de 2009

Vintages clássicos da Taylor's




Foi durante o evento "Essência do Vinho" organizado anualmente no palácio da bolsa no Porto que realizámos esta prova.
Tratava-se de uma prova comentada de vintages clássicos da casa Taylor's, apresentada pelo enólogo David Guimaraens, onde foram provados 8 vintages Taylor's entre 1977 e 2003, faltando apenas o de 1983.
Esta prova decorreu na sala do tribunal do palácio da bolsa, onde foram realizadas as Entronizações da Confraria do Vinho do Porto até 1995, antes de transitarem para o Pátio das Nações, onde ao mesmo tempo que decorria a nossa prova estavam as bancas dos produtores num verdadeiro reboliço, pois era sábado à tarde.

Os vinhos apresentados foram:

  • 1977 - côr ligeiramente atijolada, no nariz sobressaem passas, chocolate, especiarias, embora contenha muito mais aromas na sua complexidade. Na boca é sedoso, com um final interminável. Muito elegante. Um vintage com 32 anos no seu estado maduro.

  • 1980 - côr ruby pálida, com algumas notas de passas e massapão, muita fruta, menos complexo que o de 1977. Na boca sentem-se bons taninos, "spicy", tem um final muito longo.

  • 1985 - côr ruby menos pálida, nariz suave mas complexo, na boca muita estrutura e muito equilibrio. Bom para guardar pelo menos uma década.

  • 1992 - côr ruby, nariz muito complexo, já perdeu a fruta jovem, na boca é forte mas muito equilibrado nos taninos. Gostei muito deste. Notou-se uma diferença relativamente ao estilo dos 3 vinhos anteriores.

  • 1994 - côr mais aloirada que o 92, muita complexidade: frutos silvestres, couro, chocolate. Na boca é muito redondo, sente-se a intensidade da fruta. No final fica alguma adstringência.

  • 1997 - côr mais ruby que o anterior, aromas de ameixa madura, azeitonas, chocolate, especiarias. Muito bom na boca, com alguns taninos bem equilibrados. Um vintage de concentração.

  • 2000 - mais ruby que o anterior, muito complexo e intenso no nariz, muita fruta, couro. Na boca sentem-se os taninos que não deixam uma boa recordação no final, que é muito longo.

  • 2003 - côr retinta, nariz muito concentrado, complexo mas equilibrado. Na boca é extraordinário, potente e redondo ao mesmo tempo.
Os que mais me impressionaram, foram o 1977 e o 1980 pela complexidade e elegancia, o 1992 pelo potencial, e o 2003 pelo equilibrio.
Eram todos vinhos excelentes, pelo que não vou pontuá-los. É curioso como todos os anos são diferentes, com caracteristicas muito distintas. Vinhos com personalidade.

No final, ainda fomos dar uma volta rápida por alguns stands, onde ainda provei:
- Niepoort colheita 1987 (excelente)
- Dalva colheita 1975 (nariz óptimo, mas na boca tem um travo que não me agradou)
- Noval vintage Silval 2005 (divinal)
Dos quais destaco o vintage da Quinta do Noval, que me seduziu por completo.

Frederico Santos

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Jantar Vintage

O objectivo do jantar era abrir uma garrafa de porto Niepoort Vintage de 1982.
O jantar foi em casa do Fred, com 8 participantes, e o menu foi:

- Foie-Gras grelhado, com confit de cebola e chutney de manga
- Lombinhos de veado assados com batata gratinada e molho de frutos silvestres
- Chocolate preto e ovos moles

Os vinhos servidos foram:

- Matua Valley Botrytis Riesling 2007 (NZ)
- Casal Figueira 9,5
- Jota 2005
- Batuta 2001
- Robustus 2004
- Porto Niepoort Vintage 1982
- Porto Pintas Vintage 2005
- Porto Niepoort Vintage 2005
- Porto Niepoort 10 Years Old White


O Jota 2005, apesar de ser um vinho 4 vezes mais barato que os outros tintos, não se desenquadrou, e mostrou-se um vinho muito agradável e equilibrado.

O Batuta 2001 estava muito bom, a acusar a idade com uma ligeira côr atijolada, um nariz suave mas complexo, muito redondo na boca e a deixar uma boa recordação no final. Tinha muito depósito, acho que foi aberto em boa altura.

O Robustus 2004 é um vinho dificil de não gostar, irrepreensivel no equilibrio, com fruta qb no nariz, na boca é fresco e sente-se o sabor das boas uvas com que foi feito, amaciado pela madeira mas sem se sentir qualquer sabor "amadeirado", tal é o equilibrio conseguido. Um vinho excelente.

O vintage de 1982, depois de ser decantado algumas horas antes, estava divinal, a côr aloirada escura, o nariz intenso e delicado onde sobressaiam as passas de uva, muito elegante, na boca parecia seda.

Abrimos o vintage Pintas 2005, que estava muito bom, mas com um perfil completamente distinto, neste vintage novo o nariz era mais intenso e mais bruto, a atirar-nos com notas de frutos silvestres e ameixas maduras, muito frutado, na boca mostrou-se algo desiquilibrado para o meu gosto, demasiada fruta torna-o um pouco enjoativo.

Abrimos um vintage Niepoort 2005, que continua a ser dos melhores vintages novos que tenho provado, muito intenso no nariz, com mais complexidade, tambem muito frutado mas sem enjoar. Potencia controlada. Este vintage promete.

Entretanto ainda houve quem provasse um colheita Kopke 1978 que andava aberto lá em casa, para felicidade do Ivo era do ano em que ele nasceu, este com mais madeira no nariz, num estilo diferente, mas comparável com o vintage de 1982, pela sua elegancia e fineza.

Abrimos ainda um porto branco de 10 anos, engarrafado em 2008, uma novidade da Niepoort, cujo nariz era delicioso, com notas de passas que me fizeram lembrar o moscatel, mas na boca é seco, o que o torna um excelente aperitivo.

Cumprimos assim o nosso objectivo pedagógico que era provarmos um vintage com mais de 20 anos.
Fiquei a saber que os vintages velhos ganham aromas de passas de uva, enquanto os colheitas velhos (os unicos vinhos que posso comparar com este vintage) ganham aromas de madeira velha e frutos secos.

Dois estilos diferentes de porto envelhecido, ambos muito elegantes e finos, de tal modo que não me consigo decidir de qual gosto mais.

Tenho de continuar a provar...

Frederico Santos

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Tintos do Alentejo

Começámos as lides vínicas de 2009 com uma prova dedicada aos tintos do Alentejo.
Esta prova foi efectuada em casa do Enes, acompanhada de uns grelhados de porco preto, enchidos e queijos alentejanos.
Éramos 12 provadores, para 5 vinhos oficiais (2 garrafas de cada), mais uns vinhos gentilmente oferecidos por alguns participantes.

Segue a média das pontuações atribuidas:

  • 17,4 - Gloria Reynolds 2004

  • 17,1 - Quinta do Mouro 2003

  • 17,0 - Dona Maria Reserva 2003

  • 16,0 - Vale de Ancho Reserva 2004

  • 15,9 - António Maria 2002

  • 15,6 - Quinta da Viçosa -TM - 2003
Destacam-se os 3 primeiros com mais de 17 pontos, mas o que mais agradou a todos foi o "Gloria Reynolds" que é um vinho realmente sublime.
O "António Maria 2002" foi um dos vinhos oferecidos, que deveria ter sido decantado e merecia uma prova mais cuidada. Foi pontuado apenas por 4 pessoas, e de alguma forma penalizado por ser provado à pressa e não ter arejado o suficiente.
Também bebemos um "Herdade do Meio Garrafeira 2004", que era muito bom, mas esse não foi pontuado, foi só para aquecer enquanto se preparava a comida...

Para mim, a melhor relação qualidade/preço é o "Gloria Reynolds", que à data desta edição custa 32.5 euros no Jumbo. É o mais caro, mas a diferença de preço justifica-se pelo prazer que proporciona a sua degustação, pois os outros vinhos pontuados custam todos acima de 25 euros.
Um vinho especial, que sabe bem em qualquer ocasião.

Vale a pena visitar o site http://www.gloriareynolds.com/ para conhecer um pouco a história da familia Reynolds que há já mais de 100 anos se dedica ao vinho em Portugal. Dizem que foram eles que introduziram a casta "Alicante Bouschet" no Alentejo, que tão típica se tornou nos vinhos alentejanos.
Vinhos desta categoria não nascem do acaso.

Frederico Santos