terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Melhores 2013

Depois de alguns dias de análise aos vinhos bebidos este ano, segue abaixo a lista dos vinhos que mais me agradaram em 2013.
Além disso, incluo também uma lista com os vinhos que considero terem melhor relação qualidade preço, numa gama até aos 7€.

Tintos
João Portugal Ramos Estremus 2011
Quinta do Pôpa Vinhas Velhas 2008
Quinta do Noval Touriga Nacional 2009
Quinta dos Carvalhais Único 2005
Casa da Passarella o Enólogo 2009
Aneto Grande Reserva 2008
Poeira 2009
Dory Reserva 2010
Quinta do Vesúvio 2009
Quinta da Fonte do Ouro Touriga Nacional 2009

Brancos
Anselmo Mendes Parcela Única 2011
Soalheiro Primeiras Vinhas 2012
Quinta das Bageiras Pai Abel Chumbado 2011
Villa Oliveira Encruzado 2011
Qta Chocapalha Reserva 2011
Conceito 2011
Nossa 2011
Redoma 2011
Esporão Reserva 2012
Vinha Formal 2011

Portos
Burmester Colheita 1937
Quinta do Vesúvio Vintage 1994
Niepoort Vintage 2011
Warres Vintage 2011
Niepoort LBV 1984
Andresen Colheita 1980
Graham's Colheita 1982
Andresen White 20 anos

Melhores RQP Tintos
Tons de Duorum 2011
Qta da Fata Clássico 2008
Quinta da Bica Colheita 2010
Quinta da Ponte Pedrinha Touriga Nacional 2007
Rapariga da Quinta Colheita Selecionada 2011
Ribeiro Santo Reserva 2010

Melhores RQP Brancos
Qta Seara D'Ordens Reserva branco 2012
Casa da Passarella A Descoberta Branco 2012
Quinta da Ponte Pedrinha Branco 2011
Castelo D'Alba Reserva 2012
Adega Mãe Viosinho 2012
Pynga Selection 2010

Carlos Amaro

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Novos Vinhos João Portugal Ramos

No passado dia 6/12, os 3 nos copos juntaram-se em prova/jantar para conhecer e provar os novos vinhos do produtor João Portugal Ramos, João Portugal Ramos Estremus 2011 e Duorum o.Leucura Cota 200 e Duorum o.Leucura Cota 400, sendo estes vinhos a nova aposta do produtor para o melhor que produz no Alentejo e Douro.
Começando pelos vinhos do Douro, o nome O. Leucura é o nome abreviado do pássaro Oenanthe Leucura, comummente denominado de “chasco-preto”, que tem como habitat o vale do Douro e que existe nas vinhas de Castelo Melhor.
São vinhos de produção muito limitada, de pouco mais de 200 garrafas cada, saídos da Quinta de Castelo Melhor, tendo sido experimentado algo de novo e original: dois vinhos da mesma vinha, mas de diferentes altitudes, o que torna a prova muito interessante, para poder perceber como dois vinhos saídos da mesma vinha, mas de cotas diferentes de altitude, podem ter características diferentes.

Ambos os vinhos são feitos de Vinhas Velhas com predominância de Touriga Nacional e Touriga Franca, e após fermentação em inox, tiveram estágio em barricas de 225 e 300 litros de carvalho francês (70% de barricas de carvalho novo e 30% de carvalho de segundo e terceiro ano) durante um período de cerca de 24 meses, de acordo com cada lote e casta.

Notas de prova de cada vinho
Duorum O.Leucura Cota 200 2008
Cor vermelha escura. Nariz intenso de frutos pretos maduros, toques algum floral e notas de tosta da barrica. Na boca é extremamente elegante, mas com grande estrutura, com a fruta madura equilibrada por acidez e notas minerais, com muito boa persistência de boca.
Deve ser aberto com alguma antecedência para mostrar todo o seu potencial.

Duorum O.Leucura Cota 400 2008
Cor vermelho profundo e escuro. Aroma mais fino e elegante, com frutos pretos e notas de violeta. É mais especiado que o Cota 200, com um toque de esteva, resinoso e um lado mais vegetal.
Na boca é fresco, elegante, boa estrutura, notando-se a fruta mais fresca e impressões minerais. Final muito longo, e acidez mais vincada que o irmão. Um vinho com corpo semelhante, mas onde se nota uma maior frescura e acidez.

Em resumo, são dois grandes vinhos com características semelhantes mas onde a diferença da altitude é notória, com o cota 200 a ser mais maduro e compotado, de grande concentração, e o Cota 400 com um perfil mais fresco, vegetal e aromático.


No caso do Estremus, é também um vinho de edição muito limitada, tendo saído de uma parcela selecionada de apenas 1,5 hectares de uma vinha plantada em 2001 às portas de Estremoz., com solo calcário com pedra mármore à superfície.
Constituído pelas castas Trincadeira e Alicante Bouschet, numa proporção de 50% cada, o objetivo é ser o porta-estandarte dos vinhos alentejanos de JP Ramos, devendo ser produzido apenas em anos extremamente favoráveis.

Notas de prova
João Portugal Ramos Estremus 2011
Antes de mais devo dizer que achei o vinho fantástico, não tenho grandes dúvidas em dizer que foi o vinho alentejano que mais me impressionou no último ano.

Um vinho que tem tudo no sítio, nariz intenso, profundo, com fruta preta (amora, framboesa), notas de barrica, iodado, especiarias, algum fumado, tudo muito sedutor. Na boca tem excelente volume e frescura, com uma acidez muito bem equilibrada com a fruta, belíssima estrutura, muito mineral, e ainda com a complexidade extra dos tostados da barrica e especiarias.
Fiquei muitíssimo impressionado por este vinho, para mim entra direto para o top dos grandes vinhos portugueses.

Carlos Amaro

Nota: Vinhos gentilmente cedidos pelo produtor


sábado, 9 de novembro de 2013

Ramos Pinto - Prova especial de vintages - ECVS 2013

Foi no Encontro Com o Vinho e Sabores 2013, no Centro de Congressos de Lisboa, que tive oportunidade de participar nesta prova da casa Ramos Pinto, a que estava associado o lançamento do livro "Adriano Ramos Pinto - Vinhos e Arte", um trabalho de pesquisa na documentação histórica da casa, recuperando obras de arte publicitária, que foram compiladas nesta edição de grande qualidade fotográfica.
Ramos Pinto dispensa grandes apresentações, é uma casa portuguesa fundada em 1880, com história no Brasil desde o início do século passado. O fundador Adriano tinha formação de artes, o que influenciou muito a publicidade tão característica desta casa, bem como o seu espirito "avant-garde" inovador para a época.
Esta prova foi apresentada por João Nicolau de Almeida, atual administrador-delegado, que foi contando memórias da casa Ramos Pinto associadas ao ano de cada vinho apresentado.

Seguem algumas notas pessoais dos vinhos:

1912
Vinho associado aos tempos conturbados da implantação da república, e da expansão da casa para o Brasil.
- ligeiro depósito
- côr acastanhada
- nariz muito complexo, especiarias, frutos secos, mas discreto
- na boca é sedoso, mas ainda com garra, vinagrinho
- final enorme

1922
Gago Coutinho e Sacadura Cabral aterram no Brasil. Tendo levado uma garrafa de Ramos Pinto na viagem, gostaram tanto do vinho que a autografaram e devolveram às caves, estando hoje essa garrafa exposta no museu da casa.
- menos depósito, mas algum
- côr acastanhada
- nariz complexo e intenso, frutos secos, passas, iodo
- na boca é muito intenso, vinagrinho
- final muito prolongado

1927
Ano da morte de Adriano Ramos Pinto.
Foi comentado por um participante da prova, que este vintage foi lançado no ano da grande recessão (2 anos depois da vindima), e por isso muitas garrafas da exportação teriam sido devolvidas às caves, o que leva ao facto de ainda existirem hoje em dia apesar de se tratar de um vinho fora de série. Uma teoria interessante.
- apresenta depósito
- côr acastanhada
- nariz muito rico, aromas de farmácia, mentolados, iodo, especiarias
- na boca é sublime, sedoso a fazer cócegas na lingua
- final memorável, com ligeiro picante, nunca mais acaba
Para mim o melhor vinho nesta prova.

1934
- côr acastanhada, cerejeira
- frutos secos e algumas resinas no nariz
- na boca é acetinado, tudo no sitio
- final muito longo e agradável

1983
Execução do projeto de seleção de 5 castas recomendadas para o Douro, numa altura em que não se conheciam as uvas que haviam nas vinhas velhas nem havia meios científicos e humanos à disposição para as identificar a todas. Partiram de uma seleção de 12, e obtiveram 5: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Francesa, Tinto Cão. Selecionadas para plantação de 2500 ha de vinha.
Este vinho é um blend dessas 5 castas (onde a Tinto Cão é residual), que foram vinificadas em tonéis separados, com uvas provenientes da Quinta da Ervamoira.
É também a altura em que surge a Universidade em Vila Real, de onde sairam gerações de enólogos que mudaram completamente o panorama vínico nacional, apostando em vinhos de qualidade feitos com tecnologia avançada.
- côr ruby esbatida
- nariz complexo, refinado
- enche a boca, redondo
- final muito persistente

1995
A casa Ramos Pinto foi comprada pela casa de champanhe Roederer, mantendo a administração local, com respeito a todas as tradições de família, uma vez que a casa Roederer é também um negócio de família.
- côr ruby
- nariz complexo, frutos silvestres, especiarias
- volumoso na boca com final moderado
- muito concentrado, fruta de ano quente

2011
Ano de declaração geral de vintage. Novo rótulo nas garrafas com fundo branco.
- côr retinta
- nariz muito intenso, cerejas em calda
- na boca é muito redondo e volumoso
- final persistente, a deixar boa recordação


Todos os vinhos eram excelentes, tendo-se destacado o 1927 que está um vinho fenomenal, muito rico de aromas e com um final interminável.
Foi ainda referido que os vinhos provados até ao 1934 foram feitos com uvas provenientes da Quinta do Bom Retiro, e quintas vizinhas. Sendo que a partir do 1983 foram feitos com uvas provenientes da Quinta da Ervamoira.

Frederico Santos

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Vila Santa Reserva Branco 2012

Castas: Arinto, Alvarinho e Sauvignon Blanc
Álcool: 13,5%

Nova colheita do Vila Santa branco, o vinho mantém o mesmo lote de 2011, com a curiosidade de ser composto por 3 castas que não são típicas do Alentejo.
Parte do vinho fermenta em barricas novas de carvalho francês, sendo o restante fermentado em cubas de aço inox.

Cor amarelo pálido, com toques esverdeados.
Muito fresco, perfumado e intenso no nariz, com aromas citrinos, fruta tropical e muito mineral.
Na boca, continua o perfil frutado, citrino, com boa acidez e mineralidade, estruturado e complexo. Final longo, fresco e elegante.
Tem acidez e estrutura suficientes para ser capaz de evoluir bem em garrafa.
Nesta gama de preço, é dos meus brancos favoritos do Alentejo.

Nota: 16,5
Preço: 9,90

Carlos Amaro

terça-feira, 30 de julho de 2013

Caves São João Lote Especial 2010

Castas: Baga, Touriga Nacional, Syrah e Cabernet Sauvignon
Álcool: 14%

Novo lançamento das Caves São João, uma das casas mais tradicionais e antigas de vinho da Bairrada.
Depois de um período mais apagado nos finais da década de 90 e inicio dos anos 2000, as Caves São João têm mostrado nos ultimos anos uma excelente vitalidade, e têm vindo a trilhar o seu caminho de recuperação do prestigio que teve com marcas clássicas como o Frei João ou o Dão Porta dos Cavaleiros.
Este vinho é mais uma prova desta vitalidade, um lançamento novo, de um vinho de estilo mais moderno e que me parece ter pernas para andar.

Este Lote Especial é um vinho que junta castas internacionais e Touriga Nacional à casta mais tradicional da Bairrada, a Baga.
Bonita cor ruby, com rebordos violeta.
No nariz, começa por mostrar-se fechado, mas depois de algum tempo no copo, surgem aromas de frutos do bosque, amoras, especiarias, ameixa, tosta de barrica e algum chocolate negro. Belo nariz, com boa complexidade.
Na boca tem boa estrutura e volume, mostra fruta madura, alguma tosta, taninos firmes mas polidos, com final longo e fresco.
É um Bairrada moderno, onde a estrutura e garra da Baga está bem domesticada, em conjunto com as outras castas.
Um vinho que está muito bom agora, mas que aposto que pode ainda melhorar com mais um ou dois anos em garrafa.
Muito boa aposta, com um preço óptimo para a qualidade apresentada.
Nota: 16,5
Preço: 7,5€

Carlos Amaro

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Tons de Duorum Branco 2012

Nova colheita do Tons de Duorum Branco, mantém no lote as mesmas castas da versão do ano anterior, sendo composto por Viosinho, Rabigato, Verdelho, Arinto e Moscatel.

Cor amarelo palha, aspecto límpido. No nariz, é intenso e exuberante, sobressaindo notas florais, fruta tropical (maracujá, ananás), toque citrino e algum mineral.
Na boca é um vinho muito apetecível e guloso, com muita fruta fresca, citrinos, tropical, envolto numa bela acidez. Muito fresco e equilibrado.
Parece mais directo e exuberante do que colheitas anteriores, estando mais presente a componente tropical, mas sem nunca perder a acidez e frescura, conseguindo ser frutado sem ser enjoativo.
Em suma, um vinho belíssimo vinho para beber despreocupadamente neste verão, ajudado por um preço imbatível para a sua qualidade.

Nota 15,5
Carlos Amaro

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Soalheiro 2011

Soalheiro 2011
Castas: 100% Alvarinho
Álcool: 12,5%

O Soalheiro é daqueles vinhos que não falham. Primeira marca de Alvarinho em Melgaço, tem sido ano após ano um dos Alvarinhos mais consistentes em termos de qualidade, e sempre a preço bem sensato.
Apesar de nos anos mais recentes terem surgido novas marcas de Soalheiro, nomeadamente o Primeiras Vinhas e o Reserva, ambos fantásticos vinhos, o Soalheiro "normal" continua a ser dos vinhos brancos que mais me dá prazer beber.
Uma das características de que mais gosto neste vinho é a sua capacidade de envelhecer. Apesar da colheita de 2012 estar já no mercado há algum tempo (está muito recomendável também), hoje venho falar da colheita anterior, do 2011, que foi dos Soalheiros de que mais gostei nos últimos anos.
O ano e meio que já tem em garrafa só lhe fez bem.
Mantém um nariz muito rico, intenso e fresco, com notas citrinas, florais, muito mineral, fundo de fruta tropical.
Na boca, é muito elegante e equilibrado. Acidez viva, muito mineral, a fruta tropical já não está tão dominante como quando chegou ao mercado, notas cítricas e algum melado, bastante encorpado.
Apesar de manter ainda todas as notas exuberantes da juventude, penso que o tempo está a adicionar-lhe mais elegância.
Gosto ainda mais dele nesta fase do que quando saiu para o mercado. Está numa fase ótima de beber agora, mas é bom guardar ainda algumas garrafas para mais daqui a uns anos.
Nota:17,5
Preço: 8,90

Carlos Amaro

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Quinta da Bica Colheita 2009

Quinta da Bica Colheita 2009
Região: Dão
Castas: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen
Álcool: 14%

Vinho feito do lote clássico de castas no Dão, começa por mostrar uma cor vermelha forte com reflexos violeta.
No nariz é complexo, com frutos vermelhos maduros, especiarias, notas chocolate, boa frescura.
Na boca é encorpado, com a fruta madura, especiarias, algum vegetal, e uma bela acidez. Muito elegante e fresco.
É um belíssimo vinho, com uma relação qualidade preço fantástica.
Nota: 16,5
Preço: 5,5€

Carlos Amaro

sábado, 18 de maio de 2013

Marquês de Borba Branco 2012


Produtor: João Portugal Ramos
Castas: Arinto, Antão Vaz, Verdelho, Viognier
Graduação: 12,5º


Nova edição do Marquês de Borba Branco, um dos vinhos mais populares de João Portugal Ramos.
Cor citrina clara. Nariz fresco e mineral, com notas de citrinos e algum vegetal.
Na boca algum tropical e mais citrinos, acidez média, é um vinho fresco.

Um branco descomplicado, sem madeira, ideal para o verão com a sua frescura.

Nota:15
Preço: 4,99€

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Carlos Amaro

terça-feira, 16 de abril de 2013

Duorum 2011


Duorum 2011
Produtor: Duorum Vinhos, S.A.
Castas: 40% Touriga Franca, 40% Touriga Nacional e 20% Tinta Roriz
Álcool: 13,5% vol
Estágio: 10 meses em barricas de 225 e 300 litros, de segundo e terceiro ano (carvalho francês e em pequena percentagem de carvalho americano)
Enólogo: José Maria Soares Franco


A marca Duorum é um projeto de João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco no Douro, mais propriamente na Quinta de Castelo Melhor.
Desde a sua entrada no mercado em 2007, os vinhos do projeto têm tido sucesso de crítica e de mercado.
Este 2011, acabou agora de ser lançado no mercado. Muito bom já agora, para beber mais em novo, mas penso que daqui a alguns meses estará ainda melhor.
Cor vermelha bem escura, com reflexos violeta.
No aroma, dominam os frutos pretos, como amoras e mirtilos, notas florais, e alguma madeira da barrica.
No boca é volumoso, muito fruta, mas sem enjoar devido a uma bela acidez e taninos suaves mas bem presentes. Final longo.
Tudo muito bem equilibrado, é um vinho impossível de não gostar. A comprar sem receios.
Nota: 17
Preço: 9€

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Carlos Amaro

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Vila Santa Trincadeira 2011



Produtor: João Portugal Ramos
Casta: 100% Trincadeira
Estágio: Seis meses em meias pipas novas de carvalho francês
Álcool: 14%


Nova edição de um vinho que é na minha opinião, consistentemente ano após ano, um dos melhores monocastas Trincadeira que conheço.
Muito bem no nariz. Aroma intenso, bastante especiado, com notas de folha de tabaco, fruta preta bem madura, bastante vegetal, frutos secos, trufas. Sedutor e complexo.
Na boca é firme e volumoso, com fruta madura e compotada, taninos suaves, algum picante, especiarias, notas tostadas, folha de tabaco, boa acidez.

Está muito bem este 2011. Para mim dos melhores Trincadeiras Vila Santa até à data.
Bela relação qualidade-preço.

Nota: 17
Preço: 9€

Carlos Amaro

segunda-feira, 1 de abril de 2013

D + D Tinto 2005


Produtor: Drink & Dreams
Castas:Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz
Estágio: 14 meses em carvalho francês Allier e carvalho americano.
Graduação: 14%

Vinho produzido pela Drink and Dreams, uma parceria entre a Sogevinus e a Bodegas Emilio Moro, com enologia dos Enólogos Francisco Gonçalves da Sogevinus Fine Wines e José Carlos Alvaréz das Bodegas Emílio Moro.
Uvas de vinhas com mais de 10 anos, provenientes da Quinta de Arnozelo (Douro Superior).

Aroma intenso e complexo, muito balsâmico, fresco e mineral. Surgem notas florais (bergamota), conjugadas com especiarias, como alcaçuz e notas de tabaco. Algum fruta preta madura, já em segundo plano. Elegante e complexo
Na boca tem uma excelente estrutura, é encorpado, com taninos bem redondos. É balsâmico, mineral, com notas de cacau, floral e fruta. Tudo muito bem integrado com madeira no ponto certo. Não é daqueles Douros potentes e pesados, é antes um vinho que aposta na elegância e frescura.
Gostei muito do vinho. Na minha opinião merece mais foco e atenção do que aquela que tem quando comparado com marcas no mesmo nível de preço. Não sendo um vinho barato vale o preço que custa.
Nota: 17,5
Preço 25€

Carlos Amaro

quinta-feira, 28 de março de 2013

Desnível Colheita Seleccionada 2010


Castas: Touriga Nacional, Rufete e Tinta Amarela
Região: Douro
Teor Alcoólico: 13,5%
Produtor: João Lopes Pinto

Este vinho é composto de vinhas velhas do Cima Corgo, em socalcos, orientadas a norte e a 470 metros de altitude, com predominância de Rufete e Tinta Amarela e de uma vinha nova de Touriga Nacional no Douro Superior, em patamares, orientada a sul e a 250 metros de altitude. Feito em lagar e estagiado em barricas de carvalho francês.



Toda esta informação está contida de forma completa e bem organizada no contra-rótulo, que está muito bonito e bem conseguido, assim como o rótulo, que mostra esta diferença das duas vinhas que originam este vinho de forma simples e elegante.


Provando o vinho, temos aromas intensos a fruta silvestre madura, algum floral, especiarias e um tostado da barrica. A vinha nova de Touriga a dar exuberância aromática e as vinhas velhas a adicionarem complexidade.
Na boca, é encorpado, muito fresco, boa acidez e fruta madura. Final longo e mineral, mostra uma boa conjugação entre as duas vinhas que deram origem ao vinho.
Com a frescura e acidez que tem é um vinho gastronómico, que pede comida a acompanhar.
Parece-me um vinho que está ainda novo, mais uns tempos em garrafa só lhe farão bem, mas que se portou muito bem já nesta fase
Nota: 16,5


Além deste vinho, numa recente visita à Quinta da Covada pude provar os vinhos ainda em barrica que vão compor o Desnível de 2011, e prometem muito.
A Touriga Nacional do Douro Superior está com uns aromas e concentração fantásticos (a madeira ainda nem começou a marcar), e as Vinhas Velhas com um corpo e elegância muitos bons.
Promete estar ainda acima deste 2010.

Carlos Amaro

sábado, 16 de março de 2013

Visita à Quinta do Pôpa


Com algum atraso (foi já a 25 de Fevereiro), segue-se a descrição da visita efetuada à Quinta do Pôpa.

A Quinta do Pôpa, que anteriormente tinha o nome de Quinta de Vidiedo, está localizada no coração do Douro, junto a Adorigo - Tabuaço, encostada à EN 222, com uma vista fabulosa do rio Douro.
Actualmente, a Quinta do Pôpa reúne 14 hectares de vinha, composta por uma mistura de castas tintas, entre as quais a Tinta Roriz, Touriga Naciona, Touriga Franca, Tinto Cão, Sousão e Malvasia Preta.
Nas vinhas destaca-se um talhão de três hectares de vinhas velhas com idade superior a 60 anos de idade.
Trata-se de um projecto assente sob uma estrutura familiar, e que tem desde 2008 a consultoria de Luis Pato na enologia.











O dia estava fantástico, e à chegada começa logo por impressionar a magnífica vista de que se desfruta da propriedade. A quinta tem uma localização privilegiada junto a rio, sendo a vista um excelente cartão postal para os visitantes.
Na visita, fomos excelentemente recebidos pelo Stéphane Ferreira, que nos guiou pela cave e adega da quinta, onde estão os lagares, cubas inox e sala de barricas para estágio dos vinhos, sala essa curiosamente chamada de sala do tempo, com variados relógios nas paredes.
Passamos depois à sala de provas, um espaço simpático e acolhedor onde tivemos a oportunidade de provar praticamente todos os vinhos do produtor.

  • Contos da Terra Branco 2010: Frutado e fresco. Simples e bem feito.
  • Preffacio Branco 2011: Muito cítrico e mineral. Boa persistencia, belo vinho
  • Preffacio Rosé 2011: Fruta vermelha, floral boa acidez. Perfil mais seco do que a maioria dos rosés que conheço
  • Preffacio Tinto 2009: Muita fruta no nariz e grande frescura. Na boca, fruta e acidez elevada, a dar-lhe frescura. Vinho a pedir comida.
  • Pôpa Touriga Nacional 2008: Fruta silvestre, tostados, bergamota, algum couro. Na boca tem grande estrutura, com a fruta a sobressair, taninos elegantes, com algum couro ao fundo. Complexo e persistente.
  • Pôpa Tinta Roriz 2008: Fruta madura no nariz, especiarias, tosta. Na boca é muito fresco, com fruta vermelha, chocolate negro, especiarias, boa acidez.
  • Pôpa VV 2008: Fruta preta madura, floral, tostados, especiarias, o mais complexo de todos. Grande estrutura na boca, é fresco e elegante. Fruta silvestre, cacau, especiarias, madeira muito bem integrada. Longo e complexo. O meu vinho favorito.
  • TrePA 2008: Muito fresco no nariz, aromas a fruta, algum vegetal. Excelente corpo e frescura. Na boca, mais acidez e notas vegetais do que os anteriores, provavelmente da baga, muito boa estrutura de boca, final longo.
Qualidade média dos vinhos elevada, mas não posso deixar de destacar o Vinhas Velhas e o Trepa, que são vinhos fantásticos.
Bela surpresa também dos Preffácio, qualquer um deles muito bem.



Depois, voltamos ainda à adega para provar alguns dos vinhos que estão ainda em barrica ou nas cubas, tendo provado de 2011 o Touriga Nacional (TN), o Tinta Roriz VV, o Vinhas Velhas, e o Popa Homenagem.
Fiquei muito bem impressionado pela qualidade geral dos vinhos de 2011, que prometem muito nesta fase. O Touriga Nacional e a Tinta Roriz estão ambos excelentes (pela primeira vez vinificaram a Tinta Roriz separando em vinhas velhas e vinhas novas,o que vai permitir trabalhar melhor o lote), mas foram o Vinhas Velhas e o Homenagem que realmente impressionaram. Vão ser um caso muito sério quando forem lançados.

Passamos de seguida aos vinhos de 2012, tendo provado o TN, TR VV, Vinhas Velhas.
Nos 2012, apesar de ainda estar muito no inicio de vida, o Vinhas Velhas voltou a impressionar, bem como o Touriga Nacional, que mostra uns aromas à casta como poucas vezes vi no Douro. É a Touriga que vem nos livros.

A prova terminou com o Tinto Doce de 2012 (ainda em inox) e o 2011, este já no mercado. É um vinho muito interessante, com aroma fresco a frutos vermelhos. Na boca é elegante, apresentando um bom equilíbrio entre os taninos e a doçura.

Em resumo, foi uma belíssima visita, com vinhos excelentes, a fechar com chave de ouro uns dias passados no Douro.

Resta-me agradecer ao Stéphane Ferreira, pela visita e desejar-lhe felicidades no seu projecto.

Carlos Amaro



sexta-feira, 15 de março de 2013

Chão da Quinta Premium Selection 2010


Produtor: Chão de São Francisco Soc. de Vitivinicultura e Turismo Rural Lda.
Casta: 100% Touriga-Nacional
Estágio: 9 meses em carvalho Francês Allier
Teor alcoólico: 14,0%
Enologia: Vines and Wines


Novo produtor no Dão, uma região que apesar de nos ultimos anos ter vindo a recuperar nome e qualidade, infelizmente está ainda longe do foco da maioria dos consumidores e da imprensa, quanto a mim injustamente, já que há muitos pequenos produtores a trabalhar bem na região e a produzir vinhos de qualidade.
Este vinho, apesar de não o indicar no nome é 100% Touriga Nacional.

Bonita cor vermelha muito intensa, com reflexos violetas.
No nariz é muito sedutor. Mostra notas compotadas de fruta vermelha (amoras, cerejas), violeta, bergamota, e em segundo plano algum abaunilhado da madeira. É um touriga nacional com tudo no sitio, como só no Dão aparece.
Boca com bom volume, taninos finos, mostra toda a fruta madura, elegante e fresco. Longo e persistente.
Foi uma belíssima descoberta, com uma muito boa relação qualidade-preço.
A não perder para fãs da casta.
Nota: 17
Preço:8€

Carlos Amaro

quinta-feira, 14 de março de 2013

Rúbrica Branco 2010


Rubrica Branco 2010
Produtor: Luis Duarte Vinhos
Castas: Viognier, Antão Vaz e Verdelho
Graduação: 14,5%


Cor cristalina, a amarelo limão.
Nariz complexo, com aromas a fruta (alperce, pêra), notas tostadas, algum floral, conjunto muito elegante.
Na boca, apresenta um excelente volume, com fruta branca (nada da tropical anda por aqui), notas de baunilha e apontamentos florais, contando com excelente acidez a dar frescura a todo o conjunto. Longa persistência.

Tem corpo e estrutura, o que em conjunto com uma bela acidez lhe permitiu estar muito bem agora, já com 2 anos de garrafa, e com tendência para continuar a dar uma boa prova por mais algum tempo.
Um vinho que não conhecia, e de que gostei muito.
Nota: 16,5
Preço: 9€

Carlos Amaro

segunda-feira, 4 de março de 2013

Casa do Valle Homenagem 2009


Casa do Valle Homenagem Reserva 2009
Classificação: Vinho Regional
Região: Minho
Tipo: Tinto
Castas: Vinhas Velhas
Ano de Colheita: 2009


Bonita cor rubi, bastante opaco.
Aroma muito expressivo, a fruta vermelha bem madura, especiarias, mais alguma baunilha da madeira, balsâmico.
Na boca é encorpado, com notas de frutos silvestres, algum vegetal, muito mineral, fresco e crocante. Vinho muito cativante e gastronómico.
Parece-me um vinho que vai brilhar à mesa com pratos fortes, queijos, carne vermelha, um arroz de polvo ou até lampreia.

Um vinho tinto da região dos vinhos verdes (apesar de Regional Minho) é sempre um vinho que a maioria das pessoas olha um bocado de lado, com desdém, pela reputação que a região tem de produzit tintos acídulos e duros, muito adstringentes, taninosos e vegetais.
Felizmente, para contrariar essa reputação começam a surgir no Minho vinhos como este. Concentrado e encorpado, mas moderno, taninos domesticados, frutado e muito fresco.
É um belíssimo vinho, a um preço sensato pela qualidade.

Nota: 16,5
Preço 9€

Carlos Amaro

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Top 2012 (FS)

Segue o meu top 10 de 2012:

  • Soalheiro 2011 (branco - Vinho Verde)
  • Herdade S. Miguel - Touriga Franca 2010 (tinto - Alentejo)
  • Borba - Rótulo de Cortiça Grande Reserva 2009 (tinto - Alentejo)
  • Maquia 2009 - (tinto - Douro)
  • Dona Maria Reserva 2006 (tinto - Alentejo)
  • Quinta das Baceladas 2006 (tinto - Bairrada)
  • Casa Aranda - Branco 2006 (branco - Dão)
  • Batuta 2005 (tinto - Douro)
  • Quinta Mendes Pereira - Garrafeira 2004 (tinto - Dão)
  • Porto Niepoort Colheita 1987 (eng 2006)

Olhando para esta lista, sobressaem 3 tintos alentejanos, e 3 vinhos de 2006, que apesar de não ser considerado um ano famoso tem vindo a revelar vinhos surpreendentes.
Todos portugueses.

Que venham muitos mais em 2013!

Frederico Santos