domingo, 20 de fevereiro de 2011

Soalheiro Primeiras Vinhas 2008


Este produtor desde há alguns anos que é uma das minhas referências no que a vinhos brancos portugueses diz respeito.
Então desde que há uns anos para cá lançou esta nova marca Primeiras Vinhas, e também o Reserva, estes vinhos entraram directamente para o que melhor se faz por cá em termos de brancos.
Já tinha gostado muito da versão 2007, mas esta Soalheiro Primeiras Vinhas 2008 está ainda um degrau acima.

Nariz muitíssimo sedutor, muito mineral, fresco, com fruta tropical e citrinos mas sem exageros, grande elegância, e um toque vegetal de erva fresca a aumentar à complexidade.
Em termos de boca está excelente, toques citrinos, especiarias, a mineralidade a vir ao de cima, grande elegância, com uma acidez crocante. Final de grande frescura e complexidade.

É um vinho que de ano para ano tem vindo a melhorar, e que integra claramente a minha lista de brancos preferidos.

Nota: 18
Preço: 17€

Carlos Amaro

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Prova Vale de Pios

Esta prova foi proporcionada pelo produtor Vale de Pios, que teve a amabilidade de enviar para este blog uma garrafa de cada um dos vinhos que constituem actualmente a sua gama: Vale de Pios, Pios e Excomungado.
Os vinhos foram provados apenas por mim e pelo Frederico, uma vez que o nosso colega de blog Mário Rui teve uma impossibilidade de última hora que não permitiu que se juntasse a nós no dia que seleccionamos para a prova.
Passando aos vinhos, segue a nossa impressão da prova.

Excomungado 2008
Vinho de entrada de gama do produtor.
Preço: 5€

Carlos Amaro - 16
Vinho exuberante no nariz, com notas de frutos vermelhos e algum floral, com a característica da touriga nacional a sobrepor-se.
Muito equilibrado na boca, taninos suaves e sem arestas, frutado muito agradável.
É um vinho que não teve madeira, num estilo mais directo, mas que tem ainda assim
alguma complexidade e está muito bem feito. Belo vinho mais para o dia a dia e para beber desde já.

Frederico Santos - 16
Um vinho franco e despretensioso que me agradou muito.
Tem a vantagem de ter apenas 12,5º.
A título de curiosidade, o nome "Excomungado" deve-se ao facto de este vinho não ter estagiado em madeira.

Pios 2007
Vinho resultante de lote de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, e com
18 meses de barrica.
Preço: 11€

Carlos Amaro - 17
Aroma de maior complexidade, frutos do bosque, especiarias, alguma tosta da madeira onde estagiou, e um floral agradável a surgir um pouco depois.
Excelente na boca, bastante encorpado, com a fruta bem equilibrada com a madeira e algumas notas de especiarias apimentadas. Acidez e taninos no ponto certo, para um belíssimo conjunto de final longo e equilibrado. Bom para beber agora, mas certamente com alguns anos de evolução pela frente
Excelente opção para este nível de preço.

Frederico Santos - 16,5
Nariz mais complexo, com aromas de fruta mais madura, e um ligeiro toque químico.
Na boca é denso, encorpado, mas bem polido, com um longo final.
Um bom vinho com um estilo mais em potência do que em elegância.

Vale de Pios 2008
Topo de gama do produtor.
Preço: 20€

Carlos Amaro - 17/17,5
Muita concentração, aromas ainda um pouco fechados, com a barrica a fazer-se notar no inicio. Surge depois a fruta madura (framboesa, cerejas), algum vegetal, chocolate negro, muito fresco no final, num nariz de boa complexidade.
Muito encorpado na boca, vegetal, novamente a fruta madura em destaque. Taninos fimes mas de qualidade com um final longo e apimentado.
Está ainda muito novo e certamente irá melhorar com mais algum tempo em garrafa, mas está já a dar uma excelente prova. A nota extra conta com o potencial de evolução do vinho.

Frederico Santos - 17,5
De côr muito carregada e opaca, fruta muito concentrada no nariz intenso, ameixas, cerejas pretas. Boca muito redonda, pujante e elegante em simultâneo. Grande equilíbrio. Final muito longo. Um grande tinto do Douro.

Em resumo, foi uma prova bastante agradável, com vinhos de boa qualidade em toda a gama, de um produtor do Douro ainda com poucas colheitas no mercado, mas que entra claramente apostado na qualidade.

Carlos Amaro
Frederico Santos

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Visita às caves Croft


Fundada há mais de 300 anos (os primeiros indícios da sua actividade datam de 1678), a Croft é uma das mais antigas casas de vinho do porto, sendo as suas caves as mais antigas das que ainda se encontram em funcionamento.
Tendo sido adquirida recentemente pelo grupo Fladgate (Taylor's e Fonseca), situa-se em Gaia um pouco acima do cais, no local original da sua fundação. Chegámos lá por uma rua de pedra que nos fazia crer que ali o tempo tinha parado há uns séculos atrás.
Aguardámos a nossa visita na esplanada com vista para o Douro, enquanto nos serviram um porto branco. O vinho era bom, mas nada de especial.
Aproveitei a espera para provar também o tawny Croft 10 anos, cuja prova não estava incluída na visita, e este sim, já era um vinho mais ao meu gosto, com notas de baunilha e caramelo no nariz, na boca era elegante mas desaparecia rapidamente o sabor.
Começámos a visita às caves, que impressionam pela côr das madeiras muito escurecidas pelo tempo. O chão de gravilha e muitas centenas de pipas completam o belíssimo quadro, com os balseiros enormes em fundo. Foi rápida a visita, terminando com uma prova de Croft Reserva, um porto ruby que não entusiasmou muito.
Ainda tivemos oportunidade de degustar o Croft Pink, um porto rosé servido fresco, que apesar de não ser um vinho que me cative, bebe-se muito bem como aperitivo, ou como long-drink com gelo. A trufa de framboesa que o acompanhou ligava muito bem.
Terminámos com o Croft 20 anos, o tawny mais velho comercializado pela casa, que nos deliciou com um nariz mais intenso e complexo que o do irmão mais novo, e uma boca muito rica e sedosa, com um final persistente. Muito bom este 20 anos, e a um preço razoável. Acabámos por trazer uma garrafa deste, para além de uma de porto Pink que estava incluída na visita.
Na Croft comercializam também o LBV (Late Bottled Vintage), e dois Vintages: o Croft clássico, e o Quinta da Roêda.
Ainda lá têm Croft vintage 1977 e 1994, mas a preços proibitivos. O de 1985 já não se encontrava lá à venda. Existem outros anos disponíveis como 2000, 2003 e 2007, para o Croft Vintage, e 1995 para o Quinta da Roêda.
Foi uma tarde muito bem passada, com destaque para a simpatia do pessoal da casa que nos atendeu muito bem.
Um bom exemplo de enoturismo.

Frederico Santos