quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Top 10

É chegada a altura de lembrar as coisas boas que mais me impressionaram durante este ano:

- porto Niepoort garrafeira 1931
- porto Messias colheita 1977
- porto Dow's vintage 1980
- madeira Blandy's Bual 1920
- moscatel JMF Trilogia
- champagne Taittinger Blanc de Blancs 1999
- tinto Gonçalves Faria 1991 tonel 3 (Bairrada)
- tinto domaine Clape - Cornas 2007 (França - Côtes du Rhône)
- branco Louis Latour "Chenevottes" 2007 (França - Bourgogne)
- branco Rolly Gassman Gewurztraminer SGN 1989 (França - Alsace)

Metade são vinhos generosos, quase metade são franceses, e o Gonçalves Faria já não se encontra. Estes vinhos foram provados em eventos colectivos, à excepção do último que foi numa viagem de férias.

Vinhos mais acessíveis a destacar em 2010:

- branco Quinta dos Roques Encruzado 2008 - Dão
- branco Guarda Rios 2009 - Ribatejo
- branco Luis Pato Vinhas Velhas 2009 - Bairrada
- tinto Bageiras Garrafeira 2005 - Bairrada
- tinto Lav. de Feitoria - Grande Escolha 2005 - Douro
- tinto Vertente 2007 - Douro
- tinto Glória Reserva 2005 - Douro (não encontro à venda)
- moscatel JMF Alambre 20 anos
- porto Kopke fine tawny
- espumante Vértice Millésime 2005

Que em 2011 hajam muitos mais.
Frederico Santos

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Melhores do ano 2010

Na sequência do Post do Comendador Amaro, seguem os vinhos que mais gostei de degustar em 2010. Olhando para trás constato que foi um ano um pouco "monocórdico" no que diz respeito às regiões alvo de prova, praticamente não saí de 3 regiões, Douro, Dão e Bairrada, não me perguntem uma razão objectiva para assim ter sido mas de facto são as "minhas" regiões...

Em jeito de resumo do ano de 2010 gostava de realçar:
  • Nunca se fizeram tantos e tão bons brancos no Dão...
  • Na Bairrada o Mário Sérgio permanece num patamar de excelência com os seus garrafeira tintos e  brancos...
  • O Douro confirma o estatuto de região de excelência, tantos nos brancos como nos tintos. Nesta região o difícil foi escolher apenas alguns...
  • Magnifico o estilo vigente nos Porto Vintage. Na minha opinião são finalmente vinho feitos para dar um prazer descomunal tanto novos, como em meia idade, como velhos ou velhíssimos (por confirmar :-) ). Alguns amigos meus acham esta minha opinião uma heresia e uma ofensa à velha escola do vinho do Porto... treta...
Segue a lista:

Tintos

Douro
- Quanta Terra Grande Reserva 2007
- Poeira 2007
- Morgadio da Calçada Reserva 2007
- Charme 2007
- Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa 2007

Dão
- Four C 2007
- Quinta dos Carvalhais Único 2005
- Júlia Kemper 2008
- PAPE 2007

Bairrada
- Quinta das Bageiras Garrafeira 2005
- Quinta das Bageiras Garrafeira 2004
- Calda Bordaleza 2007

Alentejo
- Herdade dos Grous Reserva 2007

Brancos

Minho
- Soalheiro Primeiras Vinhas 2008
- Muros de Melgaço 2008

Douro
- Guru 2006
- Redoma Reserva 2008
- Vértice 2008
- Bétula 2009

Dão
- Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador 2008
- Four C 2008
- Condessa de Santar 2008
- Quinta dos Carvalhais Encruzado 2008
- Quinta da Pellada Primus 2009

Bairrada
- Quinta das Bageiras Garrafeira 2007
- Diga? 2008

Espumantes
- Vértice Grande Reserva 2007
- Vértice Milesime 2005
- Murganheira Touriga Nacional 2003

Colheitas Tardias
- Kracker Trockenbeerenauslesen Grand Cuvée TBA Nº 6 2007

Vinho do Porto
- Quinta do Vesúvio Vintage 1994
- Dow's Vintage 1980
- Taylor's Quinta das Vargellas Vintage 2008
- Fonseca Quinta do Panascal Vintage 2008



Bom Natal e que 2011 seja um ano cheio de eventos de degustação,

Mário Rui Costa
PS: Fred, só faltas tu...

Bétula 2009

Antes de tudo o mais, cabe-me agradecer a amabilidade do produtor, Catarina Montenegro, pelo envio de amostras de prova para o painel de provadores do nosso blog. Achamos que é um acto que revela uma percepção clara de como funcionam os meios de comunicação nos dias de hoje e aplaudimos a iniciativa. Felizmente para nós e para o sector do vinho de uma forma geral é uma prática em grande crescendo.

Quanto ao vinho, trata-se do branco duriense Bétula 2009, produzido pela Quinta do Torgal estando a enologia ao cargo do Francisco Montenegro. É um vinho resultante de vinhas situadas em solos graníticos e feito a partir de duas castas internacionais muito em moda no nosso país, o Sauvignon Blanc e o Viognier. Este cartão de visita é em si muito prometedor, duas castas que aprecio muito, de grande intensidade aromática e perfil muito próprio (espargos, relva cortada, lima no Sauvignon, laranja, pêssego em calda, anis no Viognier), um enólogo de renome, um produtor com visão, uma garrafa com excelente apresentação, ufa... e deixem-me dizer-vos que o vinho confirmou em grande estilo o que de bom se prenunciava.

Notas de prova:
  • Visão: Amarelo limão com tons esverdeados, límpido.
  • Olfacto: A laranja cristalizada, o pêssego em calda e o anis do Viognier dominam num nariz exuberante sem ser nada enjoativo. É um daqueles vinhos que dão um prazer extraordinário na prova olfactiva e que eu "cheirei" uns bons 10 minutos antes de estimular o palato. As notas citrinas e herbáceas do Sauvignon equilibram bem o nariz, dando-lhe frescura, equilíbrio e sofisticação.
  • Paladar: Ao contrário do Olfacto, aqui predomina o Sauvignon e por inerência temos um vinho bem mineral, com acidez no ponto e bem complexo, com notas de tosta fantásticas e um final longo onde balançam notas citrinas e muito leves de menta. É um vinho cheio de corpo, bem gastronómico.

Conclusão: é um branco de grande estilo e de grande prazer e não há melhor elogio do que dizer que vai passar a figurar na minha garrafeira (assim as 3000 garrafas produzidas o permitam :-) ). Gostei muitíssimo do resultado final da combinação de duas castas com grande personalidade e que costumam ser apresentadas ao consumidor em monocastas (predominantemente), resultado o melhor dos dois mundos.

Nota final: 17/20

Mário Rui Costa

PS: comentando um outro blog, não acho má ideia o uso de castas internacionais no Douro, principalmente castas brancas e este vinho é uma boa prova disso.

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Uma novidade, este vinho branco de castas internacionais feito no Douro.
A garrafa está muito bem apresentada, com um rótulo sóbrio. Gosto especialmente do pormenor da cápsula metálica verde que envolve o topo do gargalo, e dá continuação ao grafismo do rótulo. Fica bem em qualquer mesa.

De côr amarela citrina, no nariz sobressaem frutas tropicais tendo em fundo aromas herbáceos, muito complexo.
Na boca é intenso, tem uma acidez acentuada, e um final muito longo.
É um vinho gastronómico, que deve ligar bem com pratos de marisco. Acompanhou lindamente uma açorda de gambas.

O vinho está bem conseguido, muito fresco e ao mesmo tempo encorpado. Melhor no nariz do que na boca, para o meu gosto falta-lhe ainda algum polimento na acidez para ser um grande vinho.
Acho que a junção destas duas castas resulta muito bem, e aguardo ansiosamente futuras edições.

Nota: 16,5

Frederico Santos
Janeiro 2011

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Um novo branco do Douro, que vai na sua segunda edição, e que foi gentilmente enviado pelo produtor para a prova deste blog.

Aroma muito exuberante e sedutor, com fruta tropical em primeiro plano, notas vegetais, relva cortada e espargos verdes, típicos do Sauvignon Blanc.
Na prova de boca, mostra excelente corpo, dado principalmente pelo Viognier, com notas de barrica a mostrarem-se, mas tudo num conjunto muito fresco, muito mineral e com uma belíssima acidez, e novamente com a fruta tropical em evidência.
Em resumo, gostei muito do vinho, deu muito prazer. Uma combinação de castas fora do comum, mas que aqui resulta muito bem, com as duas a equilibrarem-se lindamente.
Mais uma bela aposta do Douro de um novo produtor.

Nota: 16,5
Carlos Amaro
15-01-2011

domingo, 19 de dezembro de 2010

Melhores Vinhos de 2010


Aproximando-se o final do ano, segue a lista do que foi para mim o melhor que bebi no ano de 2010.
Nos tintos e brancos, seleccionei 10 vinhos. Nas categorias restantes, coloquei apenas aqueles que pela sua qualidade me ficaram especialmente na memória.

Vinhos Tintos:
Xisto 2005
Pape 2007
Quanta Terra Grande Reserva 2007
Quinta da Gaivosa 2005
Quinta dos Carvalhais Único 2005
Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2007
Poeira 2007
Quinta do Vallado Reserva 2007
Quinta das Bageiras Garrafeira 2005
Quinta do Noval Labrador Syrah 2007

Vinhos Brancos:
Quinta do Soalheiro Reserva 2008
Ázeo Reserva 2008
Louis Latour Chassagne-Montrachet 1erCru "Chenevottes" 2007
Herdade dos Grous Reserva 2008
Quinta das Bageiras Garrafeira 2007
Quinta das Bageiras Garrafeira 2004
Pellada Primus 2007
Paço dos Cunhas de Santar, Vinha do Contador 2008
Louis Latour Corton-Charlemagne Grand Cru 2007
Tiara 2009

Vinho do Porto:
Niepoort Colheita 1987
Quinta do Vesúvio Vintage 1994
Dow's Vintage 1980
Graham's Vintage 1985
Fonseca Vintage 2007
Fonseca Vintage 1985
Messias Colheita 1963
Messias Colheita 1977

Champanhe/Espumantes:
Louis Roederer Cristal 2002
Taittinger Comtes de Champagne Blanc de Blancs 1999
Pommery Cuvée Louise 1995
Vértice Millesime Gouveio 2004

Moscatel:
José Maria da Fonseca Trilogia

Madeira:
Blandys Bual 1920
Blandys Malvasia 1985
Blandys Malvasia 1992
Barbeito Malvasia Single Cask 40a 2000

Carlos Amaro


domingo, 12 de dezembro de 2010

Tinto da Gaivosa 2008


Primeira versão deste vinho, que se vem posicionar como o segundo vinho da Quinta da Gaivosa.
Bonita cor rubi. Nariz muito apelativo,com aromas intensos de fruta do bosque, especiarias e cacau.
Na boca vai pelo estilo elegante, novamente com fruta e especiarias a comandar, num final longo harmonioso.
Em resumo, um vinho bem feito, num estilo mais directo e descomplicado, deixando os voos mais altos para o seu irmão mais velho, mas que está bem para a sua gama de preço.
Preço: 9€
Nota: 16

Carlos Amaro

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Prova de Brancos


Prova promovida pela garrafeira Tio Pepe, dedicada a vinhos brancos.
A lista de vinhos provados foi a seguinte:

- Esporão Private Selection bº 2009
- Herdade dos Grous Reserva bº 2008
- Castelo D’Alba Grande Reserva V. Velhas bº 2009
- Terrenus bº 2008
- Dolium Escolha bº 2009
- Alvarinho Contacto bº 2009
- Alvarinho Quinta de Soalheiro Reserva bº 2008
- Alvarinho Quinta do Regueiro Reserva bº 2009
- Oboé de JM Reserva bº 2009
- Redoma Reserva bº 2009
- Aveleda Grand Follies bº 2007

De destacar a excelente qualidade de todos os vinhos provados. De facto, não havia um vinho fraco.
De entre todos estes vinhos, destaco os seguintes:

Terrenus 2008:
A maior surpresa. Apesar de já conhecer a boa qualidade do tinto da mesma marca, não estava à espera.
Um muito bom vinho, fresco mineral, fruta tropical, um nariz fantástico e uma prova de boca de grande qualidade. Um vinhão a preços “acessíveis” (13.90€)
Quinta Soalheiro Reserva 2008
Um grande vinho, com um estilo muito diferente dos alvarinhos “normais”, mais encorpado e sério, sem a exuberência no nariz da versão Soalheiro normal.
Maior complexidade e elegância, com a barrica muio bem integrada com o vinho, num equilibrio que não se vê muitas vezes em Alvarinhos.
Um dos meus dois favoritos da prova
Herdade dos Grous Reserva 2008
Um vinho que já conhecia e que nesta prova confirmou o a sua qualidade. De cor forte dourada, mas escuro que os demais, belíssimos aroma a fruta tropical, compota de ameixa, e um fumado da madeira a dar complexidade.
Intenso, gordo, estruturado e envolvente, mas com acidez suficiente para dar equilibrio ao corpo. Um vinho que enche a boca.
Foi este o outro dos meus favoritos
Redoma Reserva branco 2009
Mais uma bela colheita de um dos brancos portugueses com mais qualidade.
Neste momento tudo em elegância, muito concentrado e equilibrado. Um vinho fantástico, que merece ser guardado uns anos.

Em resumo, uma bela prova, com vinhos brancos de grande qualidade.

Carlos Amaro

sábado, 4 de dezembro de 2010

Vinho da Madeira Blandy's


Foi na garrafeira Tio Pepe, no Porto, que provámos estes madeiras da Blandy's, uma das maiores casas de vinho da madeira, adquirida recentemente pelo grupo Symington.

Alvada 5 year old, um vinho que se distinguiu por uma acidez intensa bem equilibrada pelo doce. Faz lembrar a acidez do Moscatel Roxo de Setúbal. Muito bom.
Malmsey Harvest 2004, mais elegante, de nariz complexo, um bom prelúdio para os irmãos mais velhos.
Vintage Terrantez 1976, um vinho distinto, de nariz intenso e complexo, algo anizado, acidez presente e bem delimitada pela doçura. Uma delícia.
Vintage Malmsey 1985, ao nível do anterior, mas uns pontos acima pelo equilíbrio, muito intenso e elegante, de final muito longo.
Bual 1920, um vinho com 90 anos, apresentou-se ligeiramente turvo no início, mas foi clarificando. Tinha o nariz mais intenso e complexo de todos, a princípio cheirava a cola branca, mas foi abrindo e revelando uma imensidão de aromas. A boca também era a que tinha o final mais longo, quase interminável, num estilo menos doce que os outros. Um vinho para beber com muita calma e ir meditando.

Os vinhos eram todos de grande qualidade, de cor acobreada, com narizes muito ricos de aromas de frutos secos, fruta cristalizada, madeira, ...
Vinhos requintados e com preços para todas as carteiras, desde os 9 aos 350 euros.

Frederico Santos