terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Bétula 2009

Antes de tudo o mais, cabe-me agradecer a amabilidade do produtor, Catarina Montenegro, pelo envio de amostras de prova para o painel de provadores do nosso blog. Achamos que é um acto que revela uma percepção clara de como funcionam os meios de comunicação nos dias de hoje e aplaudimos a iniciativa. Felizmente para nós e para o sector do vinho de uma forma geral é uma prática em grande crescendo.

Quanto ao vinho, trata-se do branco duriense Bétula 2009, produzido pela Quinta do Torgal estando a enologia ao cargo do Francisco Montenegro. É um vinho resultante de vinhas situadas em solos graníticos e feito a partir de duas castas internacionais muito em moda no nosso país, o Sauvignon Blanc e o Viognier. Este cartão de visita é em si muito prometedor, duas castas que aprecio muito, de grande intensidade aromática e perfil muito próprio (espargos, relva cortada, lima no Sauvignon, laranja, pêssego em calda, anis no Viognier), um enólogo de renome, um produtor com visão, uma garrafa com excelente apresentação, ufa... e deixem-me dizer-vos que o vinho confirmou em grande estilo o que de bom se prenunciava.

Notas de prova:
  • Visão: Amarelo limão com tons esverdeados, límpido.
  • Olfacto: A laranja cristalizada, o pêssego em calda e o anis do Viognier dominam num nariz exuberante sem ser nada enjoativo. É um daqueles vinhos que dão um prazer extraordinário na prova olfactiva e que eu "cheirei" uns bons 10 minutos antes de estimular o palato. As notas citrinas e herbáceas do Sauvignon equilibram bem o nariz, dando-lhe frescura, equilíbrio e sofisticação.
  • Paladar: Ao contrário do Olfacto, aqui predomina o Sauvignon e por inerência temos um vinho bem mineral, com acidez no ponto e bem complexo, com notas de tosta fantásticas e um final longo onde balançam notas citrinas e muito leves de menta. É um vinho cheio de corpo, bem gastronómico.

Conclusão: é um branco de grande estilo e de grande prazer e não há melhor elogio do que dizer que vai passar a figurar na minha garrafeira (assim as 3000 garrafas produzidas o permitam :-) ). Gostei muitíssimo do resultado final da combinação de duas castas com grande personalidade e que costumam ser apresentadas ao consumidor em monocastas (predominantemente), resultado o melhor dos dois mundos.

Nota final: 17/20

Mário Rui Costa

PS: comentando um outro blog, não acho má ideia o uso de castas internacionais no Douro, principalmente castas brancas e este vinho é uma boa prova disso.

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Uma novidade, este vinho branco de castas internacionais feito no Douro.
A garrafa está muito bem apresentada, com um rótulo sóbrio. Gosto especialmente do pormenor da cápsula metálica verde que envolve o topo do gargalo, e dá continuação ao grafismo do rótulo. Fica bem em qualquer mesa.

De côr amarela citrina, no nariz sobressaem frutas tropicais tendo em fundo aromas herbáceos, muito complexo.
Na boca é intenso, tem uma acidez acentuada, e um final muito longo.
É um vinho gastronómico, que deve ligar bem com pratos de marisco. Acompanhou lindamente uma açorda de gambas.

O vinho está bem conseguido, muito fresco e ao mesmo tempo encorpado. Melhor no nariz do que na boca, para o meu gosto falta-lhe ainda algum polimento na acidez para ser um grande vinho.
Acho que a junção destas duas castas resulta muito bem, e aguardo ansiosamente futuras edições.

Nota: 16,5

Frederico Santos
Janeiro 2011

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Um novo branco do Douro, que vai na sua segunda edição, e que foi gentilmente enviado pelo produtor para a prova deste blog.

Aroma muito exuberante e sedutor, com fruta tropical em primeiro plano, notas vegetais, relva cortada e espargos verdes, típicos do Sauvignon Blanc.
Na prova de boca, mostra excelente corpo, dado principalmente pelo Viognier, com notas de barrica a mostrarem-se, mas tudo num conjunto muito fresco, muito mineral e com uma belíssima acidez, e novamente com a fruta tropical em evidência.
Em resumo, gostei muito do vinho, deu muito prazer. Uma combinação de castas fora do comum, mas que aqui resulta muito bem, com as duas a equilibrarem-se lindamente.
Mais uma bela aposta do Douro de um novo produtor.

Nota: 16,5
Carlos Amaro
15-01-2011

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