sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Vinhos brancos e espumantes da Bairrada


Foi numa noite chuvosa, que fomos para o Marialva Park Hotel em Cantanhede, participar no primeiro Bairrada Gourmet. Eu, a Telma e o Mário Rui.
O tema era vinhos brancos e espumantes da Bairrada.

Começou com umas entradas muito originais, em recipientes estilo laboratório de quimica, das quais destaco um risotto negro delicioso servido num cone transparente. Os shots de moelas tambem me agradaram bastante. Tudo bem regado com alguns espumantes da Bairrada, não sei porquê a chuva faz-me sempre sede...
Depois de uma animação teatral fomos para a mesa, onde tinhamos uma longa lista de vinhos à disposição em modo self-service.

Aliança
- Aliança Galeria Branco 2007
- Qta da Rigodeira Branco 2007
- Aliança Reserva Bairrada Bruto 2006

Campolargo
- Entre II Santos 2007
- Campolargo Bruto 2005

Solar de São Domingos
- São Domingos Bairrada 2006
- Lopo de Freitas Bruto 2005

Caves Primavera
- Arinto Bairrada 2007
- Primavera Bairrada Arinto Bruto 2005

Luis Pato
- Vinhas Velhas 2007
- Maria Gomes 2007
- Vinha Formal 2000

Quinta do Encontro
- Bical 2007
- Encontro 1 2006
- Quinta do Encontro Bruto 2005

Quinta do Ortigão:
- Sauvignon Blanc Bical 2007
- Arinto Bical 2007
- Ortigão Branco Bruto 2006

Os espumantes que me agradaram mais foram:
  • - Aliança Reserva Bairrada Bruto 2006
  • - Campolargo Bruto 2005
  • - Primavera Bairrada Arinto Bruto 2005
Quanto aos brancos, os preferidos foram:
  • Caves Primavera Arinto Bairrada 2007 - bom equilibrio entre a fruta e a acidez.
  • Luis Pato Vinhas Velhas 2007 - muito elegante.
  • Luis Pato Maria Gomes 2007 - muito leve, com aromas complexos.
  • Luis Pato Vinha Formal 2000 - mais pesado, untuoso, muito bom na boca.
  • Qta. Ortigão Sauvignon Blanc Bical 2007 - bom nariz, muito fresco e agradável.
A ementa foi extensa, com entradas, prato de peixe, magret de pato, corta-sabores, e duas sobremesas. A escolha do menu foi interessante e adequada para os vinhos, mas o resultado final na confecção dos pratos deixou algo a desejar.
Julgo que teria sido mais bem conseguido se fossem pratos baseados em cozinha regional, com um toque de chef.
Porque não um sarrabulho à moda da beira ou uma cabidela de miudos de leitão em vez do foie-gras, ou um robalo assado como fazem tão bem ali ao lado na praia da Tocha em vez do cherne com crosta de azeitona.
De qualquer modo é de louvar o esforço criativo em apresentar pratos e sabores diferentes.

Os copos não eram os mais apropriados para a degustação de vinhos, deveriam ter sido ligeiramente maiores, e ligeiramente afunilados em cima para concentrar melhor os aromas.

Foi uma noite divertida, os vinhos em geral eram muito bons e fiquei a conhecer melhor as duas principais castas brancas da Bairrada: Maria Gomes e Bical.
Gostei especialmente do nariz que a uva Maria Gomes proporciona aos vinhos.

Confirmei que os brancos da Bairrada têm potencial para ser grandes vinhos, embora um pouco ácidos para o meu gosto, essa acidez tambem lhes transmite uma grande frescura.

Os vinhos do Luis Pato em particular, conseguem equilibrar essa acidez de uma forma muito elegante sem perder a frescura, excepto o Vinha Formal que é um vinho distinto de todos os outros presentes, muito encorpado e mais pesado, como tal pode ser guardado mais tempo.
Julgo que este Vinha Formal de 2000 foi seleccionado intencionalmente para nos mostrar que a Bairrada é capaz de fazer destes vinhos brancos, com mais estrutura, de côr amarela mais carregada, capazes de envelhecer oito anos sem perder o vigor. Que bom que estava.

As experiências com Arinto e Sauvignon Blanc na Bairrada resultaram em vinhos leves muito agradáveis.

Parabens à organização da Enodestinos e da Rota da Bairrada.
Que continuem a divulgar o vinho da região, que é uma herança cultural de muito valor com uvas prórias de grande potencial.

Frederico Santos

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Os melhores do ano de JPM

Jantar "Os melhores do ano" no Degusto.
Tendo como tema os vinhos do ano seleccionados por João Paulo Martins, no seu guia de vinhos para 2009, foi organizado este jantar pela loja "vinhoecoisas".
Trata-se de uma lista de cerca de 20 vinhos topo de gama, que não quisemos perder a oportunidade de os provar lado a lado.
Fomos eu, a Telma Mota e o Carlos Amaro.

Começou com o espumante Murganheira Vintage 2004, acompanhado de uns canapés, dos quais destaco umas tarteletes de figo com presunto.

Seguiram-se 2 brancos:

  • Redoma Reserva 2007 (Douro)
  • Guarda Rios 2007 (Ribatejo)
Para o jantar foram colocados à disposição 12 tintos, cada pessoa tinha 2 copos, e podia ir-se servindo dos vinhos que quisesse.
Lá consegui prová-los todos, por esta ordem:

  • Quinta do Noval 2005 (Douro)
  • Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa 2006 (Douro)
  • Aneto Grande Reserva 2006 (Douro)
  • Robustus 2004 (Douro)
  • Abandonado 2005 (Douro)
  • Quinta da Viçosa 2005 (Alentejo)
  • Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2005 (Ribatejo)
  • S de Soberanas 2005 (Terras do Sado)
  • Quinta da Pellada TN Reserva 2006 (Dão)
  • Quinta dos Carvalhais Único 2005 (Dão)
  • Quinta das Marias Garrafeira 2005 (Dão)
  • Calda Bordaleza 2006 (Bairrada)
Da selecção dos melhores vinhos do ano do Guia 2009, faltaram 4 vinhos nesta prova:

  • Barca Velha 2000 (Douro)
  • Pintas 2006 (Douro)
  • Qta. do Ribeirinho Pé-Franco (Luis Pato - Bairrada)
  • Mouchão Tonel 3-4 (Alentejo)
Fiquei com a sensação de que estes 4 produtores não os quiseram pôr lado a lado com vinhos deste calibre, para não perderem o estatuto de topo já conquistado, o que é de lamentar.

Os vinhos eram todos excepcionais, o que torna muito dificil a sua classificação.
Eram todos vinhos de grande afinação, com muita complexidade, e dizer que um era melhor que o outro dependia apenas do gosto pessoal de cada um.
Os 4 que mais me agradaram foram:
- Quinta do Noval, lento a abrir, mas vai crescendo no copo até se tornar um festival de aromas e sabores.
- Adandonado, um vinho distinto, com notas quimicas no aroma.
- Robustus, uma perfeição de vinho, muito equilibrio, menos madeira e mais uva.
- Quinta do Monte d'Oiro, muita elegancia, amoras, couro...
Se tivesse que escolher um, talvez fosse o "Abandonado" de Domingos Alves de Sousa, que de alguma forma se distinguia dos outros pela positiva.

O jantar foi magnifico, segue a ementa:

  • Torta de grelos recheada com morcela e maçã
  • Peito de pato com frutos silvestres e batata gratinada
  • Risoto de cogumelos porcini com bochechas de porco preto estufadas
  • Cem folhas de Queijo da Serra DOP com marmelada de marmelos
  • Tarte de Nutela com gelado de banana caramelizada
Mas o melhor ainda estava para vir, os portos.
Como a maioria dos vinhos deste guia são de 2006 que não foi ano de vintage nos portos, nesta selecção dos melhores do ano foram incluidos portos tawnies velhos e ainda um LBV de 2004 e um Moscatel de 20 anos:

  • 1955 Burmester Colheita
  • 1957 Kopke Colheita
  • 30 anos Burmester tawny
  • 40 anos Poças tawny
  • Ferreirinha LBV 2004
  • 20 anos Moscatel de Setúbal de JMF
O moscatel já não o provei, mas os portos eram divinais.
Os nossos preferidos foram, os 2 colheitas de 1955 e 1957 e o Poças de 40 anos. Que nectares!
A tarte de nutela com estes portos velhos foi uma ligação muito bem conseguida.

É de louvar o trabalho de toda a gente que concretizou este evento de forma tão feliz, desde o jornalista que escreve o guia, aos produtores, e às pessoas da loja e do restaurante.
Estão todos de parabens, e espero que repitam a proeza para o ano.

Bem hajam.
Frederico Santos

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Prova de espumantes e champanhes

Esta prova foi realizada em casa do Mário Rui, e teve 12 provadores, dos quais um se absteve de pontuar por estar constipado. Provámos 8 vinhos, e a média de pontuações obtidas foi a seguinte:

  • 17,1 - Bollinger Special Cuvée Brut
  • 16,8 - Pol Roger - Brut
  • 16,2 - Ayala - Zero Brut
  • 15,2 - Gratien & Meyer Cuvée Flamme Brut
  • 14,2 - Murganheira Chardonnay
  • 14,0 - Codorniu Cuvée Raventos Cava
  • 13,9 - Vértice Super Reserva 2001
  • 12,4 - Filipa Pato 3B



Esta prova foi acompanhada de um menu de degustação inesquecível, que passo a descrever:

  • Queijos suiços: Emmenthal e Gruyère
  • Camarão de Madagascar cozido
  • Ovos mexidos com trufas
  • Cogumelos castanhos salteados
  • Broa de Avintes com salmão fumado e mozzarella
  • Tostas de caviar de salmão (com e sem ovo)
  • Paté de salmão e foie-gras
  • Morangos ao natural

A seguir à prova jantámos um leitão assado, que fomos buscar ao João dos Leitões na Piedade, que estava divinal, e foi acompanhado de uma garrafa magnum de espumante tinto bruto reserva das caves Aliança, e também por um tinto Quinta do Monte d'Oiro Reserva que o Mário Rui desencantou da sua garrafeira pessoal.

A sobremesa foi de estalo, uns morangos assados com uma compota que levou vagem de baunilha, acompanhados com gelado de nata. Um assombro.

Melhores relações qualidade/preço:

  • Codorniu ~10 euros
  • Gratien & Meyer ~17 euros

Participantes: Mário Rui, Carlos Amaro, Frederico Santos, Telma Mota, Rui Oliveira, Rui Gonçalves, Marta Carvalho, Ana Godinho, Vitor Santos, Francisco Fontes, Luis Enes, Hugo Cabral.