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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Roquette & Cazes 2008

Um dia cheio de más notícias, como hábito de passado recente. O vazio do fim de dia temperado com os paradoxos da praxe... reúnem-se todas as condições para procurar um amigo na garrafeira, decantar, respirar, descodificar...

Começa o monólogo, eu não lhe digo nada, mas ele farta-se de falar comigo. Começa tímido no nariz, mas após 10 minutos de decantação expressa primeiro notas vegetais, com o aroma da violeta bem marcado, secundado por fruta vermelha madura, afinadinho como um solista de orquestra.

Não falo da sua cor, nos meus amigos tintos estou-me borrifando para a cor, não sou mesmo nada racista.

No retro nasal expressa de novo a fruta e na boca surge clara a harmonia com a madeira, veludo, tudo muito bem casado, taninos polidíssimos. Está muitíssimo elegante, deve gastar fortunas no ginásio.

Face a provas anteriores em 2013 e 2014, evoluiu muito bem, tem vindo sempre a crescer, bem mais expressivo e definido no aroma, corpo médio mas com a finesse de uma madame francesa.
Parece estar no seu auge e recomendo consumo imediato, durante 2015.

Inspirou-me e bebi-o até à última gota, não se queixou por um segundo que seja...

Touriga Nacional, Tinta Roriz & Touriga Franca: três castas, duas famílias, um terroir...
Roquette & Cazes 2008

Mário Rui Costa


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Mafarrico Branco 2013

Mafarrico Branco 2013
Produtor: Álvaro Martinho Lopes
Castas: Fernão Pires, Códega, Malvasia Rei, Malvasia fina, Viosinho e Gouveio provenientes de vinhas velhas
Álcool: 13,5%

Uma nova marca de vinho, que não conhecia de todo, e que começou por me chamar a atenção pelo nome e pelo bem desenhado rótulo. Mafarrico, no sentido de criança traquinas. O rótulo de imagem apelativa e juntamente com o nome chamam bastante a atenção.
Para além da curiosidade do nome e rótulo, ao verificar que o produtor era Álvaro Martinho Lopes, o mesmo do tinto Maquia, de que gosto bastante, não hesitei e comprei para provar, o que se revelou uma boa decisão.

É um vinho branco proveniente de vinhas velhas de Santa Marta de Penaguião, com mistura das castas Fernão Pires, Códega, Malvasia Rei, Malvasia fina, Viosinho e Gouveio em socalcos tradicionais.
O vinho é bastante fresco, com aromas frutas e algum químico. Na boca é bastante guloso, com fruta madura, encorpado, alguma gordura bem equilibrada pela boa acidez.
Gostei bastante, é um vinho muito interessante e para o preço (5,5€) está muito bem.

Carlos Amaro

domingo, 6 de julho de 2014

Pala da Lebre Branco 2013

Castas: Gouveio, Rabigato, Malvasia Fina
Uvas da Quinta da Penalva, a 450 metros altitude.
Fermentação em cubas de inox
Data de engarrafamento: Março 7, 2014
Álcool: 13,12 %

Primeiro vinho deste produtor recente da região do Douro.
Chama de imediato a atenção para o rótulo, quanto a mim bastante sugestivo e bem conseguido. Acho que será certamente despertador de atenções.

Passando ao vinho tem uma bonita cor amarelo citrino, aspecto brilhante.
No nariz, fruta muito fresca, com notas cítricas, e uma boa componente mineral, a dar frescura ao conjunto.
Na boca, mantém o perfil fresco, seco, com boa acidez, fruta com foco nos citrinos e belo volume de boca. Final de boa intensidade e estrutura, que irá certamente bem com comida.
Neste momento está disponível contactando diretamente o produtor, a um preço de 5,85.
Uma boa estreia, a marcar pontos numa das gamas mais concorridas de preço.

Nota: 16

Carlos Amaro

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Tons de Duorum Branco 2013

Região: Douro
Produtor: Duorum Vinhos, SA
Álcool: 12% vol
Castas: Viosinho, Rabigato, Verdelho, Arinto e Moscatel
Preço: 3,99€

Mais uma colheita do Tons de Duorum branco, a entrada de gama da Duorum, o projeto de J. Portugal Ramos no douro.
Muito aromático, com notas de frutos citrinos e tropicais, notas doces e um toque de mineralidade e acidez muito equilibrado e agradável.
Na boca é muito fresco e equilibrado, essencialmente com notas frutadas bem complementadas pela acidez e mineralidade.
É um vinho que ano após ano se mantém consistentemente com uma das melhores rqp do mercado, sendo que neste ano de 2013 noto um pouco mais de acidez e menos doçura do que em anos anteriores, o que só vem melhorar o desempenho do vinho.

Nota: 16
Carlos Amaro

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Quintas & Vales Reserva Tinto 2009

Castas: Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Franca e Touriga Nacional
Produtor:Quinta dos Avidagos - Local Handcrafted Wines

Este é um vinho de um produtor que eu desconhecia até há pouco tempo atrás, a Quinta dos Avidagos.
Este produtor faz parte da Local Handcrafted Wines, que junta 5 produtores numa nova empresa e distribuidora de vinhos, com o objectivo de unir forças e criar sinergias a nível comercial e de distribuição.
Uma bela ideia que pode ser um caminho de sucesso para mais produtores portugueses.
Da quinta dos Avidagos, sai esta nova marca Quintas & Vales, com uma imagem moderna e apelativa, tendo um bonito rótulo a chamar a atenção, neste caso apenas com o grande R (de Reserva) desenhado no rótulo, existindo ainda o t (tinto - colheita) e o G (Grande Reserva).

Quanto ao vinho, encaixa no que eu gosto e procuro em vinhos desta gama de preços. É um vinho moderno, bem feito, com personalidade e estrutura.
Nariz muito sedutor, com boa complexidade, sobressaindo os frutos silvestres maduros e notas balsâmicas.
Na boca tem um belo corpo, focado no fruto, mas bastante fresco e uma componente balsâmica a dar-lhe interessa adicional. Final longo.
Gostei muito e é um vinho a comprar sem hesitações.

Preço: aprox. 7,5€

Carlos Amaro

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Tons de Duorum Tinto 2012

Castas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz
Produtor: Duorum Vinhos, SA

Saiu recentemente para o mercado a nova colheita de entrada de gama da Duorum, o Tons de Duorum Tinto 2012.
Esta colheita de 2012 mantém o mesmo estilo das anteriores, talvez um pouco mais afinado até do que a colheita do ano passado.
Aromas a frutos vermelhos maduros, com algum abaulhinado leve da madeira usada.
Na boca é bastante frutado, com taninos suaves e baunilha e uma acidez correta. Comprimento médio.
É um vinho descomplicado e leve mas que graças à frescura e alguma acidez se encaixa bastante bem com comida.
Na gama de vinhos para o dia a dia, continua a ser um dos vinhos que mais me agrada.
Preço: 4€

Carlos Amaro

Nota: Vinho gentilmente cedido pelo produtor

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Novos Vinhos João Portugal Ramos

No passado dia 6/12, os 3 nos copos juntaram-se em prova/jantar para conhecer e provar os novos vinhos do produtor João Portugal Ramos, João Portugal Ramos Estremus 2011 e Duorum o.Leucura Cota 200 e Duorum o.Leucura Cota 400, sendo estes vinhos a nova aposta do produtor para o melhor que produz no Alentejo e Douro.
Começando pelos vinhos do Douro, o nome O. Leucura é o nome abreviado do pássaro Oenanthe Leucura, comummente denominado de “chasco-preto”, que tem como habitat o vale do Douro e que existe nas vinhas de Castelo Melhor.
São vinhos de produção muito limitada, de pouco mais de 200 garrafas cada, saídos da Quinta de Castelo Melhor, tendo sido experimentado algo de novo e original: dois vinhos da mesma vinha, mas de diferentes altitudes, o que torna a prova muito interessante, para poder perceber como dois vinhos saídos da mesma vinha, mas de cotas diferentes de altitude, podem ter características diferentes.

Ambos os vinhos são feitos de Vinhas Velhas com predominância de Touriga Nacional e Touriga Franca, e após fermentação em inox, tiveram estágio em barricas de 225 e 300 litros de carvalho francês (70% de barricas de carvalho novo e 30% de carvalho de segundo e terceiro ano) durante um período de cerca de 24 meses, de acordo com cada lote e casta.

Notas de prova de cada vinho
Duorum O.Leucura Cota 200 2008
Cor vermelha escura. Nariz intenso de frutos pretos maduros, toques algum floral e notas de tosta da barrica. Na boca é extremamente elegante, mas com grande estrutura, com a fruta madura equilibrada por acidez e notas minerais, com muito boa persistência de boca.
Deve ser aberto com alguma antecedência para mostrar todo o seu potencial.

Duorum O.Leucura Cota 400 2008
Cor vermelho profundo e escuro. Aroma mais fino e elegante, com frutos pretos e notas de violeta. É mais especiado que o Cota 200, com um toque de esteva, resinoso e um lado mais vegetal.
Na boca é fresco, elegante, boa estrutura, notando-se a fruta mais fresca e impressões minerais. Final muito longo, e acidez mais vincada que o irmão. Um vinho com corpo semelhante, mas onde se nota uma maior frescura e acidez.

Em resumo, são dois grandes vinhos com características semelhantes mas onde a diferença da altitude é notória, com o cota 200 a ser mais maduro e compotado, de grande concentração, e o Cota 400 com um perfil mais fresco, vegetal e aromático.


No caso do Estremus, é também um vinho de edição muito limitada, tendo saído de uma parcela selecionada de apenas 1,5 hectares de uma vinha plantada em 2001 às portas de Estremoz., com solo calcário com pedra mármore à superfície.
Constituído pelas castas Trincadeira e Alicante Bouschet, numa proporção de 50% cada, o objetivo é ser o porta-estandarte dos vinhos alentejanos de JP Ramos, devendo ser produzido apenas em anos extremamente favoráveis.

Notas de prova
João Portugal Ramos Estremus 2011
Antes de mais devo dizer que achei o vinho fantástico, não tenho grandes dúvidas em dizer que foi o vinho alentejano que mais me impressionou no último ano.

Um vinho que tem tudo no sítio, nariz intenso, profundo, com fruta preta (amora, framboesa), notas de barrica, iodado, especiarias, algum fumado, tudo muito sedutor. Na boca tem excelente volume e frescura, com uma acidez muito bem equilibrada com a fruta, belíssima estrutura, muito mineral, e ainda com a complexidade extra dos tostados da barrica e especiarias.
Fiquei muitíssimo impressionado por este vinho, para mim entra direto para o top dos grandes vinhos portugueses.

Carlos Amaro

Nota: Vinhos gentilmente cedidos pelo produtor


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Tons de Duorum Branco 2012

Nova colheita do Tons de Duorum Branco, mantém no lote as mesmas castas da versão do ano anterior, sendo composto por Viosinho, Rabigato, Verdelho, Arinto e Moscatel.

Cor amarelo palha, aspecto límpido. No nariz, é intenso e exuberante, sobressaindo notas florais, fruta tropical (maracujá, ananás), toque citrino e algum mineral.
Na boca é um vinho muito apetecível e guloso, com muita fruta fresca, citrinos, tropical, envolto numa bela acidez. Muito fresco e equilibrado.
Parece mais directo e exuberante do que colheitas anteriores, estando mais presente a componente tropical, mas sem nunca perder a acidez e frescura, conseguindo ser frutado sem ser enjoativo.
Em suma, um vinho belíssimo vinho para beber despreocupadamente neste verão, ajudado por um preço imbatível para a sua qualidade.

Nota 15,5
Carlos Amaro

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Duorum 2011


Duorum 2011
Produtor: Duorum Vinhos, S.A.
Castas: 40% Touriga Franca, 40% Touriga Nacional e 20% Tinta Roriz
Álcool: 13,5% vol
Estágio: 10 meses em barricas de 225 e 300 litros, de segundo e terceiro ano (carvalho francês e em pequena percentagem de carvalho americano)
Enólogo: José Maria Soares Franco


A marca Duorum é um projeto de João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco no Douro, mais propriamente na Quinta de Castelo Melhor.
Desde a sua entrada no mercado em 2007, os vinhos do projeto têm tido sucesso de crítica e de mercado.
Este 2011, acabou agora de ser lançado no mercado. Muito bom já agora, para beber mais em novo, mas penso que daqui a alguns meses estará ainda melhor.
Cor vermelha bem escura, com reflexos violeta.
No aroma, dominam os frutos pretos, como amoras e mirtilos, notas florais, e alguma madeira da barrica.
No boca é volumoso, muito fruta, mas sem enjoar devido a uma bela acidez e taninos suaves mas bem presentes. Final longo.
Tudo muito bem equilibrado, é um vinho impossível de não gostar. A comprar sem receios.
Nota: 17
Preço: 9€

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Carlos Amaro

segunda-feira, 1 de abril de 2013

D + D Tinto 2005


Produtor: Drink & Dreams
Castas:Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz
Estágio: 14 meses em carvalho francês Allier e carvalho americano.
Graduação: 14%

Vinho produzido pela Drink and Dreams, uma parceria entre a Sogevinus e a Bodegas Emilio Moro, com enologia dos Enólogos Francisco Gonçalves da Sogevinus Fine Wines e José Carlos Alvaréz das Bodegas Emílio Moro.
Uvas de vinhas com mais de 10 anos, provenientes da Quinta de Arnozelo (Douro Superior).

Aroma intenso e complexo, muito balsâmico, fresco e mineral. Surgem notas florais (bergamota), conjugadas com especiarias, como alcaçuz e notas de tabaco. Algum fruta preta madura, já em segundo plano. Elegante e complexo
Na boca tem uma excelente estrutura, é encorpado, com taninos bem redondos. É balsâmico, mineral, com notas de cacau, floral e fruta. Tudo muito bem integrado com madeira no ponto certo. Não é daqueles Douros potentes e pesados, é antes um vinho que aposta na elegância e frescura.
Gostei muito do vinho. Na minha opinião merece mais foco e atenção do que aquela que tem quando comparado com marcas no mesmo nível de preço. Não sendo um vinho barato vale o preço que custa.
Nota: 17,5
Preço 25€

Carlos Amaro

quinta-feira, 28 de março de 2013

Desnível Colheita Seleccionada 2010


Castas: Touriga Nacional, Rufete e Tinta Amarela
Região: Douro
Teor Alcoólico: 13,5%
Produtor: João Lopes Pinto

Este vinho é composto de vinhas velhas do Cima Corgo, em socalcos, orientadas a norte e a 470 metros de altitude, com predominância de Rufete e Tinta Amarela e de uma vinha nova de Touriga Nacional no Douro Superior, em patamares, orientada a sul e a 250 metros de altitude. Feito em lagar e estagiado em barricas de carvalho francês.



Toda esta informação está contida de forma completa e bem organizada no contra-rótulo, que está muito bonito e bem conseguido, assim como o rótulo, que mostra esta diferença das duas vinhas que originam este vinho de forma simples e elegante.


Provando o vinho, temos aromas intensos a fruta silvestre madura, algum floral, especiarias e um tostado da barrica. A vinha nova de Touriga a dar exuberância aromática e as vinhas velhas a adicionarem complexidade.
Na boca, é encorpado, muito fresco, boa acidez e fruta madura. Final longo e mineral, mostra uma boa conjugação entre as duas vinhas que deram origem ao vinho.
Com a frescura e acidez que tem é um vinho gastronómico, que pede comida a acompanhar.
Parece-me um vinho que está ainda novo, mais uns tempos em garrafa só lhe farão bem, mas que se portou muito bem já nesta fase
Nota: 16,5


Além deste vinho, numa recente visita à Quinta da Covada pude provar os vinhos ainda em barrica que vão compor o Desnível de 2011, e prometem muito.
A Touriga Nacional do Douro Superior está com uns aromas e concentração fantásticos (a madeira ainda nem começou a marcar), e as Vinhas Velhas com um corpo e elegância muitos bons.
Promete estar ainda acima deste 2010.

Carlos Amaro

sábado, 16 de março de 2013

Visita à Quinta do Pôpa


Com algum atraso (foi já a 25 de Fevereiro), segue-se a descrição da visita efetuada à Quinta do Pôpa.

A Quinta do Pôpa, que anteriormente tinha o nome de Quinta de Vidiedo, está localizada no coração do Douro, junto a Adorigo - Tabuaço, encostada à EN 222, com uma vista fabulosa do rio Douro.
Actualmente, a Quinta do Pôpa reúne 14 hectares de vinha, composta por uma mistura de castas tintas, entre as quais a Tinta Roriz, Touriga Naciona, Touriga Franca, Tinto Cão, Sousão e Malvasia Preta.
Nas vinhas destaca-se um talhão de três hectares de vinhas velhas com idade superior a 60 anos de idade.
Trata-se de um projecto assente sob uma estrutura familiar, e que tem desde 2008 a consultoria de Luis Pato na enologia.











O dia estava fantástico, e à chegada começa logo por impressionar a magnífica vista de que se desfruta da propriedade. A quinta tem uma localização privilegiada junto a rio, sendo a vista um excelente cartão postal para os visitantes.
Na visita, fomos excelentemente recebidos pelo Stéphane Ferreira, que nos guiou pela cave e adega da quinta, onde estão os lagares, cubas inox e sala de barricas para estágio dos vinhos, sala essa curiosamente chamada de sala do tempo, com variados relógios nas paredes.
Passamos depois à sala de provas, um espaço simpático e acolhedor onde tivemos a oportunidade de provar praticamente todos os vinhos do produtor.

  • Contos da Terra Branco 2010: Frutado e fresco. Simples e bem feito.
  • Preffacio Branco 2011: Muito cítrico e mineral. Boa persistencia, belo vinho
  • Preffacio Rosé 2011: Fruta vermelha, floral boa acidez. Perfil mais seco do que a maioria dos rosés que conheço
  • Preffacio Tinto 2009: Muita fruta no nariz e grande frescura. Na boca, fruta e acidez elevada, a dar-lhe frescura. Vinho a pedir comida.
  • Pôpa Touriga Nacional 2008: Fruta silvestre, tostados, bergamota, algum couro. Na boca tem grande estrutura, com a fruta a sobressair, taninos elegantes, com algum couro ao fundo. Complexo e persistente.
  • Pôpa Tinta Roriz 2008: Fruta madura no nariz, especiarias, tosta. Na boca é muito fresco, com fruta vermelha, chocolate negro, especiarias, boa acidez.
  • Pôpa VV 2008: Fruta preta madura, floral, tostados, especiarias, o mais complexo de todos. Grande estrutura na boca, é fresco e elegante. Fruta silvestre, cacau, especiarias, madeira muito bem integrada. Longo e complexo. O meu vinho favorito.
  • TrePA 2008: Muito fresco no nariz, aromas a fruta, algum vegetal. Excelente corpo e frescura. Na boca, mais acidez e notas vegetais do que os anteriores, provavelmente da baga, muito boa estrutura de boca, final longo.
Qualidade média dos vinhos elevada, mas não posso deixar de destacar o Vinhas Velhas e o Trepa, que são vinhos fantásticos.
Bela surpresa também dos Preffácio, qualquer um deles muito bem.



Depois, voltamos ainda à adega para provar alguns dos vinhos que estão ainda em barrica ou nas cubas, tendo provado de 2011 o Touriga Nacional (TN), o Tinta Roriz VV, o Vinhas Velhas, e o Popa Homenagem.
Fiquei muito bem impressionado pela qualidade geral dos vinhos de 2011, que prometem muito nesta fase. O Touriga Nacional e a Tinta Roriz estão ambos excelentes (pela primeira vez vinificaram a Tinta Roriz separando em vinhas velhas e vinhas novas,o que vai permitir trabalhar melhor o lote), mas foram o Vinhas Velhas e o Homenagem que realmente impressionaram. Vão ser um caso muito sério quando forem lançados.

Passamos de seguida aos vinhos de 2012, tendo provado o TN, TR VV, Vinhas Velhas.
Nos 2012, apesar de ainda estar muito no inicio de vida, o Vinhas Velhas voltou a impressionar, bem como o Touriga Nacional, que mostra uns aromas à casta como poucas vezes vi no Douro. É a Touriga que vem nos livros.

A prova terminou com o Tinto Doce de 2012 (ainda em inox) e o 2011, este já no mercado. É um vinho muito interessante, com aroma fresco a frutos vermelhos. Na boca é elegante, apresentando um bom equilíbrio entre os taninos e a doçura.

Em resumo, foi uma belíssima visita, com vinhos excelentes, a fechar com chave de ouro uns dias passados no Douro.

Resta-me agradecer ao Stéphane Ferreira, pela visita e desejar-lhe felicidades no seu projecto.

Carlos Amaro



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Tons de Duorum Tinto 2011


Tons de Duorum Tinto 2011
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz
Região: Douro
Teor Alcoólico: 13,5%
Produtor: Duorum Vinhos, SA
Preço: 3,99€


Prova da nova colheita do Tons de Duorum Tinto.
Aroma dominado pelos frutos vermelhos de amoras e framboesas, com especiarias bem integradas e algumas notas florais. Tudo muito arrumado no nariz.
Na boca, é ainda mais apelativo do que no nariz, taninos vivos mas suaves, com a fruta presente junto das especiarias, tudo amparado por uma bela acidez.
Tem vindo a melhorar de ano para ano e esta é para mim a melhor edição de sempre deste vinho, a uma fantástica relação qualidade-preço.
Uma das minha referências abaixo dos 4€.
Nota: 16
Carlos Amaro

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Diálogo Branco 2011


Produtor: Niepoort (Vinhos) S.A.
Castas: Rabigato, Codega do Larinho, Gouveio, Dona Branca, Viosinho, Bical e outras
Fermentação: Cubas de aço inox e Barricas de carvalho francês
Estágio: Cubas de aço inox (75%) e Barricas de carvalho francês (25%)
Álcool: 13.4

Versão branca do Diálogo, depois de ter provado o tinto.
Apesar de não ser esta a colheita de estreia no branco, foi a primeira versão deste vinho que provei.
Bastante contido no aroma, tem carácter mineral, aromas a citrinos, algum floral e ainda alperce. A fruta é um pouco pesada, mas o mineral consegue compensar.
Na boca, ao inicio parace um pouco gordo em demasia, com açucar a mostrar-se no final. Tem as mesmas notas de alpece e citrinos que surgem no nariz.
Após algum tempo de abertura, o doce no final melhora, e aparece mais fresco e mineral.
Não gosto tanto como do irmão tinto, mas é um vinho interessante para o verão.
Nota: 14,5

Carlos Amaro

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Diálogo 2010




Produtor: Niepoort (Vinhos) S.A
Castas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Amarela e outras
Fermentação: Cubas inox
Estágio: 14 meses em barricas de carvalho Francês, tonéis e balseiros (25%) e em Inox (75%)
Álcool: 13.11


Nova edição do Diálogo, na colheita de 2010.
Este vinho, pelo seu rótulo peculiar, com uma tira de BD, obriga a que se leia antes de provar. Continua portanto um rótulo muito bem conseguido, a chamar a atenção.
Falando do vinho, aroma apelativo e direto, com predominancia de frutos vermelhos, algum floral, notas de pimenta e toque mineral.
Muito equilibrado e convidativo na boca, frutado, com muita frescura, é um vinho que se bebe com muito agrado. Final de bom comprimento.
Bela aposta da Niepoort para a sua gama de entrada.

Nota: 16
Carlos Amaro

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Tons de Duorum Branco 2011


Acaba de chegar ao mercado a segunda colheita deste vinho, depois de uma primeira edição muito bem sucedida e que esgotou rapidamente.
Composto por 30% de Viosinho, 25% de Rabigato, 20% de Verdelho, 20% de Arinto e 5% Moscatel. Vinhas localizadas a uma cota elevada (400 a 600m), não tem qualquer passagem por madeira.
O vinho começa logo a conquistar pelo nariz, muito fresco e frutado, com aromas a citrinos e fruta tropical (maracujá), belas notas florais e um final mineral a dar um toque de maior coplexidade. Ótimo nariz, muito refrescante.
Na boca, confirma-se como um vinho guloso, fácil de beber, com frescura e acidez que ligam muito bem com a fruta (os citrinos outra vez). Estrutura mediana, num conjunto com tudo muito bem feito.
Excelente relação qualidade-preço. Diria que com a qualidade apresentada e preço mais do que acessível é um vinho que será concerteza um caso sério de popularidade. Um verdadeiro vinho anti-crise.
Entra de caras para a minha lista de companheiros para o verão.

Nota: Amostra gentilmente cedida pelo produtor.

Nota: 15,5
Preço: 3.99

Carlos Amaro

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Quanta Terra Grande Reserva 2007


Cor bem carregada, violácea.
No nariz, muito floral, fruta madura, mas sem enjoar, chocolate negro, pimenta, e algum vegetal. Tudo muito afinado e na dose certa.
Na boca, é um vinho bem encorpado, mas com tudo muito equilibrado, elegante. Com frutos pretos, vegetal, notas balsâmicas, algumas especiarias e ainda notas de barrica. Final muito fresco e longo.
O Quanta Terra Grande Reserva é para mim um grande vinho, sempre servido a preços sensatos, a valer tanto como outros que custam quase o dobro, o que o torna um dos valores mais seguros dos bons vinhos do Douro.
Se seguir a linha dos anos anteriores irá envelhecer bem.

Preço: 18€
Nota: 18

Carlos Amaro

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Quinta da Pedra Escrita 2010


Região: Douro
Castas: Alvarinho, Rabigato, Verdelho e uma pequena percentagem de Viognier
Produtor: VDS
Enólogo: Rui Roboredo Madeira
Tipo: Branco
Ano: 2010
Álcool: 13,0%

Este vinho é o primeiro «SINGLE ESTATE» de uma Quinta da VDS.
A Quinta da Pedra Escrita está localizada em Freixo de Numão, no Douro Superior, a uma altitude média de 575 metros.
Durante várias gerações pertenceu à família de Rui Roboredo Madeira, sendo em 2007 adquirida pela VDS, empresa da qual é sócio e enólogo.

O vinho teve fermentação e estágio prolongado em madeira francesa com agitação das borras até ao engarrafamento no dia 08 de Abril, após o que estagiou em garrafa durante 4 meses até ao seu lançamento em fim de Julho

Antes de ir à prova do vinho, uma nota para a sua imagem. Gostei muito do rótulo e contra-rótulo, que fazem com que este vinho seja notado também pela sua apresentação.

Aroma intenso, muito cítrico e fresco, aromas florais e notas de erva cortada, grande mineralidade com a barrica muito discreta, no ponto certo a acrescentar complexidade.
Na boca, é um vinho muito fresco e mineral, destacam-se os apontamentos cítricos e ainda algum vegetal e notas fumadas. Muito equilibrado e elegante, final longo e persistente.

Este vinho, apesar da fermentação e estágio em madeira tem um perfil muito mineral e fresco, o que me agrada.  A beber agora dá bastante prazer, mas vou apostar também a guardar uma garrafas, parece-me que terá uma bela evolução nos próximos anos.
Nota: 16,5
Preço: 9,50 €

Carlos Amaro

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Maquia 2009


Este vinho vem de um pequeno projeto de Álvaro Martinho, com enologia de Dirk Niepoort/Luís Seabra.
É um vinho proveniente de vinhas velhas, povoadas de inúmeras castas, sendo esta já a segunda edição do vinho, depois de uma muito boa primeira edição em 2008.

Aroma muito cativante, com bastante fruta (amoras, ameixas pretas), apontamentos de pimenta, notas de cacau, e alguns traços vegetais. Fresco e mineral, nota-se a complexidade das vinhas velhas.
No paladar, bom volume de boca, fruta presente e fresca, num estilo de elegância e delicadeza com taninos finos e acidez no ponto.
Belíssimo vinho, com uma grande relação qualidade preço.

Nota: 17
Preço: 9€

domingo, 18 de dezembro de 2011

Meandro 2009

Depois da prova recente do 2008, de que gostei muito, provei agora o Meandro 2009.
O lote mantém-se muito semelhante, tendo este ano 35% Touriga Nacional, 30% de Touriga Franca, 25% de Tinta Roriz, 5% de TintaBarroca e 5% de Sousão).
Nota-se uma consistência na qualidade do vinho, continuando na linha do ano anterior.
Cor rubi escura, com bonitos bordos violetas.
Muito expressivo no nariz, com aromas intensos a frutos vermelhos e notas florais. Algumas notas verdes e especiarias surgem a seguir.
Na boca, segue também bastante na linha dos frutos silvestres, com bela acidez e frescura a equilibrar o conjunto.
Muito encorpado, nota-se ainda notas tostadas da madeira, tudo bem integrado.
Nesta fase está talvez mais unidimensional do que o 2008, muito exuberante, com a fruta e o floral a sobreporem-se um pouco ao resto.
Acredito que com mais algum tempo de garrafa ficará ao mesmo nível.
Nota: 16,5
Carlos Amaro