terça-feira, 7 de outubro de 2014

Mafarrico Branco 2013

Mafarrico Branco 2013
Produtor: Álvaro Martinho Lopes
Castas: Fernão Pires, Códega, Malvasia Rei, Malvasia fina, Viosinho e Gouveio provenientes de vinhas velhas
Álcool: 13,5%

Uma nova marca de vinho, que não conhecia de todo, e que começou por me chamar a atenção pelo nome e pelo bem desenhado rótulo. Mafarrico, no sentido de criança traquinas. O rótulo de imagem apelativa e juntamente com o nome chamam bastante a atenção.
Para além da curiosidade do nome e rótulo, ao verificar que o produtor era Álvaro Martinho Lopes, o mesmo do tinto Maquia, de que gosto bastante, não hesitei e comprei para provar, o que se revelou uma boa decisão.

É um vinho branco proveniente de vinhas velhas de Santa Marta de Penaguião, com mistura das castas Fernão Pires, Códega, Malvasia Rei, Malvasia fina, Viosinho e Gouveio em socalcos tradicionais.
O vinho é bastante fresco, com aromas frutas e algum químico. Na boca é bastante guloso, com fruta madura, encorpado, alguma gordura bem equilibrada pela boa acidez.
Gostei bastante, é um vinho muito interessante e para o preço (5,5€) está muito bem.

Carlos Amaro

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Marquês de Borba Branco 2013

Marquês de Borba Branco 2013
Castas: Arinto, Antão Vaz e Viognier
Teor Alcoólico: 12,5%

Colheita de 2013 do bem conhecido Marquês de Borba branco.

Citrino no nariz, com algum tropical, direto, e agradável.
Boa acidez na boa, notas cítricas alguma estrutura. Um perfil mais leve do que a colheita anterior, que era um vinho um pouco mais gordo.
É um vinho que faz boa figura quer em refeições leves, quer apenas como aperitivo, para beber sem preocupações. Nota positiva para os apenas 12,5% de álcool.

O preço mantém-se na gama dos 5€
Carlos Amaro

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Pai Abel Branco 2009

Pai Abel 2009
Castas: Bical e Maria Gomes
Produtor: Quinta das Bágeiras
Álcool: 14,5%

Sou fã dos vinhos da Quinta das Bágeiras há bastante tempo, desde os colheitas aos fantásticos garrafeiras.
São vinhos sérios, sóbrios, feitos para acompanhar comida, e normalmente com excelente potencial de envelhecimento.
A partir de 2009, surgiu a referência Pai Abel, numa homenagem de Mário Sérgio ao seu pai.
O primeiro a ser lançado foi o branco, com uma produção mínima (1380 garrafas).
Vinho com uvas seleccionadas de um lote de vinhas com aproximadamente vinte anos, fermentado em barricas usadas de 225L de carvalho francês, importadas da Borgonha.

Este é um vinho que nos faz esquecer notas de provas, apetecendo apenas dizer que o vinho está fabuloso.
Grande estrutura, foco na mineralidade e acidez. Final longuíssimo, será um vinho para guardar ainda por mais alguns anos, mas com 5 anos de idade dá já um grande prazer neste momento.
Vinhos brancos destes são a prova que a Bairrada tem um potencial imenso para fazer grandes vinhos, que saibam envelhecer, não só nos tintos, mas também nos brancos.

Carlos Amaro

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Quinta dos Roques - 5 Estrelas

Foi num sábado, dia 27 de Julho de 2014, que nos deslocámos à Quinta dos Roques numa visita organizada pela garrafeira 5 Estrelas.

Parámos para almoçar em Campia (na saída da A25 para o Caramulo). Comemos muito bem no restaurante "O Sacristão". O vinho da casa não era mau, a vitela assada era de comer à colher, e o naco na pedra tinha um toque artístico.



Seguimos até Abrunhosa do Mato e chegámos à quinta por volta das 14:30, onde fomos recebidos pelo produtor Luís Lourenço. 

Começámos por visitar a adega, arejada, onde sobressai a qualidade dos materiais em inox e das barricas de carvalho francês da Borgonha.


As barricas novas são usadas nos brancos Encruzado e Malvasia Fina. Para os tintos vão as barricas já "estabilizadas" pelos brancos. Esta estratégia é fruto da experiência que foi adquirindo, tendo passado por barricas de carvalho nacional (menos homogéneas, segundo o produtor), e verificando que a madeira nova interferia demasiado com os tintos para o seu gosto.



Na adega são vinificadas uvas provenientes de cerca de 60 ha de vinhas, 35 da Quinta dos Roques e 25 da Quinta das Maias. Uma produção respeitável, sendo grande parte destinada a exportação. O principal cliente externo é o Canadá, que pelos vistos tem um importador de vinhos único gerido pelo estado.

Nas salas de armazém, um brinde para os olhos, viam-se garrafas de todas as colheitas da quinta espalhadas de forma organizada em grades metálicas. Outras estavam já embaladas em paletes, prontas para seguir viagem.

Uma adega muito bem organizada e equipada, a refletir os cuidados e o perfecionismo com que são feitos estes vinhos. Uma aposta de sucesso na qualidade.

Em seguida fomos para a sala de provas, uma casinha que fica no meio das vinhas, e que felizmente tinha ar condicionado, pois estava um sol abrasador.



Notas de Prova:


Quinta das Maias branco 2013
- biológico
- côr pálida
- nariz de espumante, intenso, com notas de massapão e ervas de cheiro.
- equilibrado na boca, muito fresco
- bom final
- teor alc: 12,5º
Nota: 16,5





Quinta dos Roques Bical 2013
- côr pálida
- nariz intenso e complexo
- aromas de fruta em calda
- boca equilibrada e fresca
- bom final, muito longo
- teor alc: 13º
 Nota: 17





Quinta das Maias Verdelho 2012
- côr pálida
- nariz discreto, muito mineral
- boca algo chata, comparada com os anteriores
- final curto
- muito leve
- teor alc: 13º
Um bom vinho de esplanada.
Nota: 16,5



Quinta dos Roques Encruzado 2013
- côr pálida
- nariz intenso, mineral, tostados de madeira
- grande equilíbrio na boca
- encorpado e gastronómico
- final muito longo e agradável
- teor alc: 13,5º
Nota: 17,5



 

Quinta das Maias branco 1996
- côr ambar
- apresenta alguma oxidação
- acidez ainda presente a conseguir sustentar o vinho
Nota: 15




Quinta dos Roques espumante rosé bruto 2010
(Alfrocheiro e Touriga Nacional)
- côr salmão escuro
- muito aromático, herbáceo
- boca fresca e bem equilibrada
- final curto
- gastronómico (ou não)
- teor alc: 12,5º
Nota: 16,5





Quinta das Maias espumante branco bruto 2006
(feito com uvas tintas: Tinta Roriz, Touriga Nacional, Alfrocheiro)
- nariz muito complexo
- notas de massapão, tostados, fruta cozida
- boca fresca
- final mediano
Nota: 16,5








A partir daqui fomos para os tintos e comecámos a provar os vinhos aos pares, comparando colheitas do mesmo vinho com alguns anos de diferença. 
Uma prova muito interessante.

Quinta dos Roques colheita 2011
- côr ruby
- nariz fechado
- boca correta
- final longo
- teor alc: 14,1º
Nota: 16,5

Quinta dos Roques Colheita 2004
- côr ainda muito carregada
- nariz muito intenso e complexo
- notas de couro e especiarias
- muito vivo
- final longuíssimo
- teor alc: 13,8º
Nota: 17


Quinta das Maias Jaen 2011
- côr ruby
- nariz intenso, muito vegetal
- boca adstringente
- bom final
- teor alc: 14º
Nota: 16

Quinta das Maias Jaen 1999
- côr ligeiramente atijolada
- nariz intenso e complexo
- boca redonda, com boa acidez a dar vida ao vinho
- final prolongado
- teor alc: 12,5º
Nota: 17


Quinta dos Roques TN 2011
- côr ruby
- nariz intenso e frutado, fresco
- boca adstringente, encorpado
- bom final
- teor alc: 14º
Nota: 16,5

Quinta dos Roques TN 1999
- côr atijolada
- nariz muito intenso e complexo
- na boca é encorpado
- final muito longo
- teor alc: 12,5º
Nota: 17,5


Quinta dos Roques reserva 2011
- côr ruby
- nariz ainda fechado, mas rico
- boca muito equilibrada, com estrutura
- final muito longo
- teor alc: 14º
Nota: 17

Quinta dos Roques reserva 1999
- côr atijolada
- nariz muito complexo e intenso, especiarias
- boca redonda, encorpado, elegante
- final enorme!
- teor alc: 12,5º
Nota:18

O reserva vem de vinhas velhas misturadas, o lote é feito logo na vinha (vinha do Pessegueiro).

Os vinhos eram todos muito bons, à exceção do branco de 1996, que para o meu gosto já estava demasiado oxidado.
A prova de tintos demonstrou que estes vinhos envelhecem muito bem, com destaque para o Reserva 1999 que está monumental.
Foi uma excelente tarde, e uma oportunidade de conhecer o que de melhor se faz neste país.
No Dão, a Quinta dos Roques é uma referência incontornável.

Agradecimentos à garrafeira 5 Estrelas e ao produtor Luís Lourenço.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Quinta dos Carvalhais Encruzado 2008

Quinta dos Carvalhais Encruzado 2008
Produtor: Sogrape Vinhos
Álcool: 14%

Se não estou enganado, o Quinta de Carvalhais foi o primeiro Encruzado que bebi, penso que da colheita de 2006 (a par de um outro Encruzado Quinta dos Roques).
Foram esses 2 vinhos que me fizeram despertar o interesse em brancos do Dão e desde então o Carvalhais Encruzado passou a ser um vinho obrigatório lá em casa.
Ao beber este vinho agora, já com 6 anos de idade (sim, um branco já alguma idade), o que me veio à cabeça é que na generalidade hoje se bebem os vinhos demasiado cedo, na maioria das vezes logo que saem para o mercado.
E aí os produtores têm boa parte da responsabilidade, colocando os vinhos no mercado muitas vezes pouquíssimo tempo após a colheita, sem esperar por estarem mais prontos a beber.
É verdade que os custos de armazenamento e estágio encarecem os vinhos, mas acho que começa a haver mercado para vinhos estagiados por algum tempo no produtor. E acho que deve partir dos produtores o dever de tentar educar melhor o consumidor.

Este 2008 provei-o várias vezes ao longo do tempo e está agora em grande forma, mais elegante e equilibrado do que em novo.
Nariz floral, com notas fumadas e vegetais.
Na boa está ainda cheio de vida, perfeito para acompanhar um bom peixe no forno. É encorpado, mineral, frutos brancos cozidos, notas de especiarias e com uma acidez que não o deixa ficar pesado.
Ao terminar a garrafa deixou-me a vontade de beber mais e de ter guardado mais garrafas para beber nesta altura, em vez de ter consumido mais novo.
Quando é assim acho que só pode ser bom sinal para a qualidade do vinho.

Carlos Amaro 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Covela Rosé 2013

Covela Rosé
Casta: Touriga Nacional
Álcool: 12,7 %/vol


A Quinta da Covela continua o seu renascimento com o lançar de novas colheitas, tendo adicionado algumas referências novas, como este Rosé 2013, feito 100% de Touriga Nacional.
Tem uma bonita cor salmão, pouco carregada.
No nariz é intenso, com predominância floral a violeta e alguma fruta e notas minerais bem presentes.
Na boca é seco, com as notas do aroma a passarem para um paladar cremoso e com excelente acidez. Final longo e muito elegante.
Um perfil de rosé que me agrada muito, bastante seco, a fugir a alguma moda por cá de rosés mais doces e frutados.
Para mim, entre os melhores em Portugal a nível de rosés.
Preço: 8€

Carlos Amaro