sábado, 24 de setembro de 2011

Bétula 2010

Viva,

Uma vez mais o produtor na pessoa da Catarina Montenegro facultou amostras de prova para este vinho. O nosso agradecimento e parabéns pela dinâmica e visão.

Falando do vinho, a colheita de 2010 segue a mesma linha de produção da colheita 2009, mesmo enólogo (Francisco Montenegro), tem como base as mesmas castas (50% Viognier, 50% Sauvignon Blanc), estágio do lote de Viognier em carvalho françês e vinificação em inox do Sauvignon Blanc.

Esta aposta na continuidade manifesta-se na prova, sendo que no nariz são evidentes as notas de pêssego e laranja cristalizada, na boca continuam bem presentes as notas verdes do Sauvignon. A acidez continua óptima tornando o vinho muito fresco, com grande presença de aroma e paladar mas nada enjoativo. O Final é médio/longo.

Face à colheita 2009, de que gostei muito, não se comprometeu a qualidade e o agrado geral permanece.
Contudo notei algumas pequenas diferenças face à colheita anterior. No nariz notei no fundo algumas ervas verdes que não consegui decifrar (a minha mulher disse salsa, mas não me pareceu...) e por vezes alguma manga. Gostei das ervas, dispensava a manga, mas isso são gostos.

Continua a ser uma muito boa aposta a um preço equilibrado. E uma vez mais, não tenho problema nenhum com o uso de castas internacionais em solos lusitanos se o resultado for tão interessante como o apresentado por esta proposta.

Pontuação: 16,5/20.

Boas Provas,

Mário Rui Costa
PS: Fred e Carlos, façam a vossa prova...

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Bétula 2010
Côr amarelo citrino suave.
Nariz intenso e complexo, sem ser exuberante, notas de tabaco.
Na boca entra suave e vai crescendo, com boa acidez a surgir no final, prolongando-o.

Relativamente ao 2009, este 2010 está mais ao meu gosto. Mais elegante e suave sem perder a frescura que se manifesta no final de boca.
Os seus simpáticos 12,5º de alcool tornam este vinho um dos meus brancos preferidos atualmente.

Nota: 17

Frederico Santos
Setembro 2011
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Bétula 2010
Chegou agora a minha vez de provar este vinho.
Nariz fresco, não muito exuberante, notas cítricas, algum melão, e presença forte de relva cortada, tão característica do Sauvignon Blanc.
Tal como no nariz, na boca é a frescura e mineralidade que mais uma vez sobressaem. A fruta está lá, elegante, e bem embrulhada numa excelente acidez, com um final de boca bem longo e agradável.
Nota muito positiva ainda para a graduação do vinho, com uns sensatos 12,5º. Será que a moda dos vinhos pesados e alcoólicos está finalmente a passar?
Uma excelente aposta nesta gama de preço.
Nota: 16,5

Carlos Amaro


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Quinta de Tourais


A quinta de Tourais situa-se no Douro, perto da Régua na margem sul. A quinta está na família há 3 gerações, e até final do milénio passado as uvas eram todas vendidas a uma casa de vinho do Porto. Tendo assumido a enologia da quinta a partir de então, Fernando Coelho tem apostado em vinhos de mesa de qualidade média/alta.

Antes de entrar na prova dos vinhos, há que realçar a apresentação das garrafas, cujo rótulo é impresso no vidro com tinta, ou seja, sem papel. Tem um design artistico muito fora do vulgar, que resulta bem com o contraste do vidro escuro das garrafas.

Passemos então aos vinhos.

Tourónio 2009
40% Touriga Nacional, 40% Tinta Roriz, 15% Sousão, 5% Tinto Cão
É o entrada de gama, tem uma côr muito escura, nariz complexo, com aromas de couro, algum tostado e chocolate. A boca é volumosa com algum tanino. É um vinho denso, com um final persistente.
Um duro do Douro bem feito, com um nariz intrigante.
preço: ~10€
nota: 16,5

Miura 2007
Côr escura, nariz complexo, algo balsâmico.
Na boca é elegante mas intenso, com um bom final.
Um vinho mais aveludado que o anterior, mantendo o perfil rústico aliado a elegância.
preço: ~15€
nota: 17

Furia 2008
Vinhas velhas (60 anos), com predominancia das castas Touriga Franca, Tinta Amarela, Tinta Roriz, Touriga nacional.
Côr muito escura.
Nariz complexo mas pouco intenso, algo fechado, foi crescendo no copo.
Na boca é redondo, encorpado e pujante, tudo bem equilibrado.
Muito bom final com ligeiro toque picante.
preço: ~20€
nota: 17,5

Miura 2008
Vinha de 30 anos, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinto Cão, Sousão, Tinta Amarela e outras.
Côr escura.
Nariz balsâmico, amoras.
Um pouco mais adstringente que o 2007, muito corpo, tem o final mais longo de todos os vinhos em prova. Promete durar muitos anos em garrafa.
preço: ~15€
nota: 17

Todos os vinhos agradaram muito, com alguma rusticidade que lhes dá caracter, bem equilibrada com madeira qb.
São vinhos gastronómicos, que devem acompanhar bem uma carne assada, ou outros pratos fortes.
As garrafas fazem sensação em qualquer mesa pela originalidade do rótulo.

www.quintadetourais.com

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Quinta de San Joanne Escolha 2004

Vinho das castas Avesso, Alvarinho e Chardonnay, já com 7 anos de vida, idade que não é muito comum quando se fala de consumir vinhos brancos portugueses.
Os 12,5% são um ponto extra positivo quando se olha à moda actual de vinhos alcoólicos.

A cor denota já alguma evolução, com um amarelo dourado.
Aroma com notas de oxidação, mel, compota de fruta, marmelo, alguma baunilha.
Boca untuosa, gordo, mas com uma muito boa acidez que mantém o vinho vinho e com garra. A compota e as notas de mel surgem também, num conjunto que me agradou muito.
Não sendo daqueles vinhos directos e fáceis, é um estilo de branco diferente e muito interessante. Aguentou muito bem a idade que já tem.

Nota: 16

Carlos Amaro