domingo, 28 de março de 2010

Prova Louis Latour


No passado sábado, dia 27, participei em Matosinhos na prova Louis Latour, organizada pela Wine o'Clock.
Este produtor é um dos maiores e mais famosos da Borgonha, tendo sido esta prova uma excelente oportunidade para conhecer a sua gama de vinhos.
Os vinhos franceses estão divididos em vários categorias, sendo que começam com os regionais, depois os que têm o nome da localidade onde são produzidos, seguindo para os 1er Cru, chegando ao topo, que é a categoria Grand Cru.
A prova consistiu em 8 vinhos, 6 brancos e 2 tintos, e foi complementada por uma boa surpresa final, fora do programa original.
Segue a lista dos vinhos provados, com preços.
Brancos:
- Duet Chardonnay Viognier 2007 (8.95€)
- Grand Ardeche 2007 (9.95€)
- Chablis "La Chanfleure" 2009 (15.95€)
- Mersault Blanc 2007 (38.50€)
- Puligny-Montrachet 1erCru "Sous Puis" 2007 (45€)
- Chassagne-Montrachet 1erCru "Chenevottes" 2007 (45€)

Tintos:
- Aloxe-Corton "Domaine Latour" 2007 (32.50€)
- Corton Grand Cru "Domaine Latour" 2007 (54.50€)

O Duet e o Grand Ardeche são vinhos mais simples, mais directos, mas muito bem feitos e saborosos, sendo que o Duet é o único de todos os provados o que não leva madeira. Entre os dois gostei mais do Grand Ardeche, um vinho com mais corpo e complexidade.
O Chablis 2009 é um vinho já mais sério, com um aroma muito floral e acidez bem vincada. Grande mineralidade, conjugada com boa fruta e muita frescura e vivacidade.
Com o Mersault entramos já na categoria dos grandes vinhos. No nariz sente-se mel, notas florais e fruta madura. Vinho extremamente mineral, floral, com notas de amêndoas verdes, corpo de boa estrutura, com grande comprimento.
Depois disso entramos já na categoria de 1erCru. São 2 grandes vinhos, qualquer um deles entra no top dos brancos que já provei.
O Puligny-Montrachet mostra no nariz fruta muito fina e notas tostadas. Enche a boca, grande corpo, com boa concentração, e uma acidez e frescura notáveis. As notas de fruta são acompanhadas por uma ligeira baunilha.
O Chassagne-Montrachet pareceu-me ainda melhor, com aromas de frutas exoticas, tosta e amendoa. Corpo gordo, mas muito fresco, herbáceo, amêndoas verdes, muito mineral. Um fim de boca interminável. Em suma, um grande vinho, que deve envelhecer bem por pelo menos 10 anos.
Passando aos tintos, começou-se pelo Aloxe-Corton. É um vinho com uma côr muito bonita, tijolo claro, quase rosé. Um nariz sedutor, de frutos vermelhos, com o morango a sobressair. É um vinho sobretudo em elegância.
O Corton Grand Cru é já de outro nível, um vinho fantástico, com um corpo e garra que surpreende num vinho desta cor, para quem não está habituado a Pinot Noir.

Para finalizar, veio a tal surpresa. Servido com a garrafa tapada, arrancou sorrisos da cara de todos os presentes, mesmo antes de sabermos o que estávamos a provar, tal a qualidade dos aromas que nessa altura saíam dos copos.
Tratava-se de um Corton-Charlemagne Grand Cru 2007, nada menos do que um dos grandes vinhos brancos do mundo. Este vinho tem um nariz fabuloso, com notas de fruta, erva cortada, amêndoas, brioches, tostado, enfim, de uma complexidade enorme. Na boca, uma concentração fora do vulgar, fruta tropical, muito mineral, também com frutos secos e pão torrado. Um final interminável. Vinho para durar 15 a 20 anos.

Em conclusão, um final em beleza para uma prova de grande nível.

Carlos Amaro

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