sábado, 7 de março de 2009

Vintages clássicos da Taylor's




Foi durante o evento "Essência do Vinho" organizado anualmente no palácio da bolsa no Porto que realizámos esta prova.
Tratava-se de uma prova comentada de vintages clássicos da casa Taylor's, apresentada pelo enólogo David Guimaraens, onde foram provados 8 vintages Taylor's entre 1977 e 2003, faltando apenas o de 1983.
Esta prova decorreu na sala do tribunal do palácio da bolsa, onde foram realizadas as Entronizações da Confraria do Vinho do Porto até 1995, antes de transitarem para o Pátio das Nações, onde ao mesmo tempo que decorria a nossa prova estavam as bancas dos produtores num verdadeiro reboliço, pois era sábado à tarde.

Os vinhos apresentados foram:

  • 1977 - côr ligeiramente atijolada, no nariz sobressaem passas, chocolate, especiarias, embora contenha muito mais aromas na sua complexidade. Na boca é sedoso, com um final interminável. Muito elegante. Um vintage com 32 anos no seu estado maduro.

  • 1980 - côr ruby pálida, com algumas notas de passas e massapão, muita fruta, menos complexo que o de 1977. Na boca sentem-se bons taninos, "spicy", tem um final muito longo.

  • 1985 - côr ruby menos pálida, nariz suave mas complexo, na boca muita estrutura e muito equilibrio. Bom para guardar pelo menos uma década.

  • 1992 - côr ruby, nariz muito complexo, já perdeu a fruta jovem, na boca é forte mas muito equilibrado nos taninos. Gostei muito deste. Notou-se uma diferença relativamente ao estilo dos 3 vinhos anteriores.

  • 1994 - côr mais aloirada que o 92, muita complexidade: frutos silvestres, couro, chocolate. Na boca é muito redondo, sente-se a intensidade da fruta. No final fica alguma adstringência.

  • 1997 - côr mais ruby que o anterior, aromas de ameixa madura, azeitonas, chocolate, especiarias. Muito bom na boca, com alguns taninos bem equilibrados. Um vintage de concentração.

  • 2000 - mais ruby que o anterior, muito complexo e intenso no nariz, muita fruta, couro. Na boca sentem-se os taninos que não deixam uma boa recordação no final, que é muito longo.

  • 2003 - côr retinta, nariz muito concentrado, complexo mas equilibrado. Na boca é extraordinário, potente e redondo ao mesmo tempo.
Os que mais me impressionaram, foram o 1977 e o 1980 pela complexidade e elegancia, o 1992 pelo potencial, e o 2003 pelo equilibrio.
Eram todos vinhos excelentes, pelo que não vou pontuá-los. É curioso como todos os anos são diferentes, com caracteristicas muito distintas. Vinhos com personalidade.

No final, ainda fomos dar uma volta rápida por alguns stands, onde ainda provei:
- Niepoort colheita 1987 (excelente)
- Dalva colheita 1975 (nariz óptimo, mas na boca tem um travo que não me agradou)
- Noval vintage Silval 2005 (divinal)
Dos quais destaco o vintage da Quinta do Noval, que me seduziu por completo.

Frederico Santos

1 comentário:

Carlos Amaro disse...

Foi uma prova fantástica, em que além dos grandes vinhos, o ambiente do local ajudou a torná-la ainda mais memorável.
Sobre os vinhos, os que mais me agradaram foi o 1992, acima de todos, seguido do 1994 e do 1977.
O 1992 estava impressionante. Com os seus 17 anos tinha tanta cor como os seus irmãos mais novos de 2000 e 2003. Ainda fruta, mas mais delicada, taninos fortes e com grande garra. Irá durar décadas.
Já o 1994 para mim caracterizava-se por um grande equilibrio e complexidade. Talvez o mais equilibrado de todos.
Para beber agora, o 1977 talvez seja o que está mais no ponto, de uma elegância e suavidade enormes, com especiarias e chocolate a destacarem-se e ainda com alguma fruta. Muito complexo também no nariz.
No global uma prova fantástica.