quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2011 em revista: Vinhos em destaque


Viva,

2011 foi para mim um ano atípico, porventura o ano da última década em que estive menos ativo neste meu hobby que é a degustação de vinhos. Em consequência foi também o ano em que menos notas de prova publiquei, em que menos partilhei. Quem me conhece bem sabe o quão atípico isto é, estou a ficar velho :-)

Em consequência não quero publicar uma lista dos "Melhores de 2011" como o amigo Carlos publicou e como o amigo Fred irá fazer (acho...). Vou limitar-me a identificar a meia dúzia de "espécimes" que mais me impressionaram este ano, sem nenhuma ordem em particular. 

Primeiro "espécime": Quinta das Bageiras Garrafeira 2009. Começa a ser um lugar-comum falar maravilhas deste branco carregado de personalidade bairradina, portador de uma mineralidade invulgar e de uma secura maravilhosa. É um branco único, porventura existem melhores para alguns, eu não o troco por nada...

Segundo “espécime": Quinta da Pellada Primus 2009.Um branco do Dão e de Álvaro de Castro que apenas conheci este ano. É para mim o melhor branco Português (polémico), Ex équo com o Bageiras Garrafeira. Deste realço uma frescura infindável, parece que brota diretamente da rocha. Magnifico.

Terceiro “espécime":  Niepoort Robustus 2007. Outro lugar-comum, sempre que me pedem um tinto de categoria penso logo neste. É uma combinação explosiva de corpo e elegância, mastiga-se mas não enjoa. Este vinho faz-me ver Santos e outro tipo de aparições...

Quarto "espécime":  Roquette e Cazes 2008. Uma estreia absoluta para mim, degustado este mês, impressionou-me grandemente, sendo um tinto muito meu estilo, com nariz de fruta madura exuberante e algum cacau e muito fino e elegante na boca. Fiz prova quase em simultâneo do Vinhas Velhas da Quinta do Crasto 2009 e nesta fase embrionária parece-me que está mais bem conseguido.

Quinto "espécime":  Porto Taylor's Vintage 2009. Escrevi recentemente sobre este vinho dizendo "... combinação de potência e elegância invulgar, notas muito bonitas de folha silvestre bem verde e casada com fruta vermelha e azul muito madura. " e dizendo também que no meu entender supera 2007 e acho que isto diz tudo. Num ano polémico para o lançamento de Vintages digo, se forem todos desta estirpe bem que podem lançar todos os anos, para as urtigas aquela coisa de dois ou três lançamentos por década.

Sexto "espécime": Louis Roederer Cristal 2002. O amigo Mário Sérgio teve a amabilidade de nos dar a "cheirar" esta preciosidade numa das muitas provas que organizamos nas Bageiras. Conhecendo a sua história e valor monetário espero não estar sob efeito de sugestão quando digo que é um dos grandes champagne deste mundo. De início até fiquei surpreendido com a sua aparente simplicidade mas com o evoluir de prova foi uma verdadeira orgia de aromas e sabores em constante mutação. Citando um tipo que conheço bem "É um vinho que impressiona fortemente os sentidos e que convida à meditação".

Ficam como boas sugestões de compra (Cristal à parte :-) ), na minha humilde opinião... 
Desejos de um 2012 bem regado... Pessoalmente espero estar mais presente neste nosso meio de convívio...

Mário Rui da Costa

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